Em um contexto no qual pelo menos 28 municípios já decretaram situação de emergência devido à falta de chuvas nas lavouras, o governador Eduardo Leite se reuniu nessa sexta-feira com representantes da Defesa Civil e de secretarias estaduais, a fim de definir algumas medidas a serem adotadas para amenizar o problema.
O chefe do Executivo pediu que as pastas, com o auxílio de órgãos de análise de dados, elaborassem um mapeamento das principais culturas afetadas e das estimativas climáticas para os próximos meses. “Estamos trabalhando para mitigar os efeitos do quadro apresentado e, também, na prevenção, com base no que estiver previsto para o restante do ano”, frisou.
Conforme o titular-adjunto da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Luiz Fernando Rodriguez, a falta de chuva deve se estender durante todo este mês, podendo inclusive prosseguir em fevereiro: “Algumas culturas que foram bastante atingidas necessitarão de replantio. Por isso, vamos pedir ao Ministério da Agricultura que prorrogue o prazo de zoneamento agrícola e que reserve uma cota extra do seguro agrícola”.
Neste momento, as culturas mais afetadas são milho, fumo, soja e feijão. “O milho é a base da cadeia produtiva, e deve afetar também a produção de leite. É uma cultura sensível. O feijão não foi afetado em algumas regiões, mas, em outras, as perdas variam entre 30% e 40%. O fumo foi bastante atingido pelo calor e falta de chuva, que enfraquece a folha. A soja também sofreu impactos severos nas regiões de Passo Fundo e de Não-Me-Toque.
Além dos 28 municípios com decreto de situação de emergência, de acordo com o mais recente boletim da Defesa Civil, da tarde dessa sexta-feira, outras sete prefeituras faúchas já registraram pedido com essa finalidade junto ao Sistema Integrado de Informações. Mas ainda não formalizaram o decreto.
Ações
De acordo com Palácio Piratini, Leite autorizou ações que tendem a trazer tranquilidade aos produtores rurais. Confira, a seguir, as principais iniciativas alinhavadas com entidades do setor.
– O órgão está distribuindo reservatórios móveis para as comunidades mais afetadas. Até o momento, 21 cidades receberam o empréstimo de 34 unidades de viniliq pipa (tanque flexível para transporte de água), com capacidade de 4,5 mil litros.
– Para esta segunda-feira, está prevista nova reunião com entidades como a Fetag (Federação dos Trabalhadores na Agricultura), Famurs (Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul) e Farsul (Federação da Agricultura do Estado). Objetivo: confirmar demandas a serem encaminhadas ao Ministério da Agricultura.
(Marcello Campos)