O Departamento de Justiça dos Estados Unidos, o FBI e a Receita Federal americana trabalharam juntos na investigação que levou à prisão de sete dirigentes da Fifa (Federação Internacional de Futebol) na quarta-feira (27) na Suíça, incluindo o brasileiro José Maria Marin, ex-presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol).
A procuradora-geral Loretta Lynch explicou que todos os 14 indiciados violaram as leis dos EUA. Segundo a investigação, esquemas de pagamento de propina movimentaram centenas de milhões de dólares nos últimos 24 anos. Os investigados vão responder por corrupção, fraude eletrônica e lavagem de dinheiro, entre outros crimes. Saiba quais são os crimes:
– Compra de votos para a escolha da África do Sul como sede da Copa do Mundo em 2010;
– Compra de votos na eleição para presidente da Fifa em 2011;
– Superfaturamento do contrato da CBF com uma empresa de fornecimento de material esportivo em 1996. O relatório americano não cita o nome da empresa, mas, neste mesmo ano, a CBF assinou contrato com a Nike. A empresa declarou que repudia toda e qualquer forma de corrupção, e que irá cooperar com as autoridades;
– Compra de direitos de transmissão por empresas de marketing esportivo dos seguintes campeonatos: Copa América Centenária, edições da Copa América, da Libertadores da América e do torneio Copa do Brasil, que reúne todo ano clubes de todos os Estados brasileiros.
Conheça a chefe de investigação contra a Fifa.
“Ninguém é grande demais para a cadeia. Ninguém está acima da lei.” Um mês após pronunciar essas palavras ao ser nomeada secretária de Justiça dos EUA, Loretta – a primeira mulher negra no cargo – coordenou a operação que prendeu sete cartolas da Fifa. Lynch nasceu quando as leis de segregação racial ainda eram vigentes nos EUA, formou-se em Direito em Harvard e ocupa hoje o principal cargo do Departamento de Justiça americano. (AG)