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Perfis de Coronel Tadeu e Adilson Barroso ajudam a entender disputa pela vaga de Carla Zambelli na Câmara dos Deputados

Coronel da Polícia Militar de São Paulo, Tadeu foi deputado federal entre 2018 e 2022. (Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados)

A anulação, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), da decisão da Câmara dos Deputados que havia mantido o mandato de Carla Zambelli (PL-SP) reacendeu uma discussão sobre quem deve assumir a cadeira deixada pela parlamentar. Dois nomes surgem na disputa: o ex-deputado federal Coronel Tadeu e o dirigente partidário Adilson Barroso. A presença de ambos no debate ocorre por razões distintas, ligadas ao histórico político de cada um e às mudanças internas no sistema partidário, mas apenas um deles aparece como suplente formal na chapa do PL.

Coronel Tadeu, policial militar aposentado, foi deputado federal entre 2019 e 2022. Com 30 anos de carreira na Polícia Militar de São Paulo e passagem pelo Comando de Policiamento de Trânsito, ele se projetou politicamente defendendo bandeiras relacionadas à segurança pública e ao endurecimento penal. Na Câmara, apresentou propostas voltadas à proteção de agentes de segurança, ampliação do porte de arma e aumento de penas para crimes violentos. Sua atuação o aproximou do núcleo mais ideológico do PL, o que reforçou sua visibilidade dentro do partido. Na eleição de 2022, recebeu cerca de 98 mil votos e ficou como primeiro suplente da legenda, posição que agora o coloca como substituto direto de Zambelli conforme a lista oficial da Justiça Eleitoral.

Adilson Barroso tem trajetória distinta e marcada pela articulação partidária. Ex-presidente do Patriota, conduziu a sigla durante um período de expansão, quando o partido integrou negociações relevantes no campo conservador. Com a fusão que originou o PRD, seu nome continuou associado ao processo de reestruturação interna e à definição de estratégias regionais. Ao longo da carreira, também ocupou mandatos eletivos na política paulista e manteve influência na formação de chapas proporcionais. Sua participação em decisões internas e sua proximidade com setores conservadores o mantêm como figura relevante no debate político, mas ele não integra a ordem de suplência da chapa que elegeu Zambelli.

A divergência sobre os dois nomes reflete o ambiente político-partidário em constante rearranjo. Fusões, federações e disputas internas podem criar percepções distintas sobre posições na linha sucessória, embora a suplência seja definida de forma objetiva pela Justiça Eleitoral. No caso específico da vaga de Zambelli, a lista registrada no Tribunal Superior Eleitoral aponta Coronel Tadeu como o primeiro suplente da legenda, e foi essa ordem que o STF utilizou ao determinar que a Câmara dê posse ao substituto.

O episódio evidencia como a dinâmica partidária, marcada por transformações recentes, pode gerar incertezas mesmo em processos formais. Para além da discussão jurídica, a disputa expôs dois perfis distintos dentro do campo conservador paulista: um voltado à segurança pública e ao embate parlamentar direto, outro marcado pela construção partidária e pela articulação nos bastidores.

(Com informações do O Estado de S.Paulo e O Globo)

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