A saída de recursos do Brasil superou a entrada de dólares no País em 111 milhões de dólares no mês de setembro, informou o BC (Banco Central) nessa quarta-feira. No início deste mês, em apenas dois dias úteis, outros 2,35 bilhões de dólares saíram do Brasil.
No acumulado de 2015, até 2 de outubro, porém, ainda foi contabilizada a entrada de dólares na economia brasileira. Neste período, o ingresso de recursos no País somou 8,81 bilhões de dólares, segundo números da autoridade monetária. No mesmo período do ano passado, 409 milhões de dólares haviam ingressado no País.
A retirada líquida de recursos em setembro e no início deste mês aconteceu depois de o Brasil ter perdido o grau de investimento da Standard & Poors. Em agosto, 4,11 bilhões de dólares haviam ingressado na economia brasileira.
Impacto no dólar
A saída de recursos favoreceria, em tese, a alta do dólar. Com menos moeda norte-americana no mercado, seu preço tenderia, teoricamente, a ficar maior. Em setembro, de fato, o dólar subiu. No fim de agosto, a divisa dos EUA estava cotada a 3,62 reais, avançando para 3,96 reais no fechamento de setembro – uma alta de 9,33% no mês passado.
Nessa quarta-feira, a moeda norte-americana operou em queda, se aproximando de 3,80 reais.
Além do fluxo de recursos, outros fatores também influenciam a cotação do dólar no Brasil. Entre elas, estão as sinalizações sobre a política de juros dos Estados Unidos, os indicadores da economia brasileira – que registraram desempenho ruim em 2014 e na parcial deste ano – além de tensões políticas e notas das agências de classificação de risco. Também influenciam o patamar do dólar no Brasil as declarações de integrantes da equipe econômica e a oferta de contratos de swap cambial (que funcionam como venda de dólares no mercado futuro) pelo BC, entre outros fatores. (AG)