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A saída de dólares do País em agosto superou a entrada em 698 milhões de dólares

Moeda norte-americana avançou 0,77% em meio a agenda esvaziada. (Foto: Reprodução)

A retirada de dólares do País superou a entrada em 698 milhões de dólares no mês de agosto, informou o BC (Banco Central) nesta quarta-feira (6). Esse foi o terceiro mês seguido de evasão de divisas. Em junho e julho, respectivamente, a economia brasileira perdeu 4,3 bilhões de dólares e 2,64 bilhões de dólares.

No mês passado, o resultado negativo veio da conta financeira (investimentos em títulos, remessas de lucros e dividendos ao exterior e investimentos estrangeiros diretos, entre outras operações), com déficit de 5,193 bilhões de dólares. O segmento comercial (operações de câmbio relacionadas a exportações e importações) contribuiu para reduzir o saldo negativo do fluxo cambial, ao registrar resultado positivo de 4,495 bilhões de dólares.

Já no acumulado deste ano, até a última sexta-feira (1º), o ingresso de dólares supera as retiradas em 3,84 bilhões de dólares. No mesmo período do ano passado, 10,38 bilhões de dólares haviam sido retirados do Brasil.

Impacto no dólar

A saída de dólares no mês de agosto fechado favorece em tese, a alta da moeda em relação ao real. Isso porque, com menos dólares no mercado, seu preço tenderia a subir.

Em agosto, de fato, o dólar registrou alta. No fim de julho, a moeda norte-americana estava em 3,11 reais e, no fechamento de agosto, foi cotada a 3,14 reais. O aumento foi de 0,94% no mês passado.

Segundo analistas de mercado, além do fluxo de dólares, outros fatores influenciam a cotação da moeda, como o cenário político interno e externo e o processo gradual de alta dos juros nos Estados Unidos, que tende a atrair capital para aquela economia.

Nesta quarta-feira, o dólar registrava leves oscilações ante o real depois do governo federal ter conseguido avançar com sua pauta no Congresso Nacional na véspera, mas com o atual nível de preços e o comportamento da moeda no exterior impedindo um recuo mais forte, segundo a agência Reuters.

Na véspera, o governo conseguiu avançar com sua pauta no Congresso ao garantir a criação da TLP (Taxa de Longo Prazo), que vai substituir a TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) nos empréstimos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Além disso, garantiu a mudança das metas fiscais.

Interferência do BC

Outro fator que influencia a cotação do dólar são as operações de swap cambial, que funcionam como uma venda futura de dólares, ou de “swaps reversos”, que funcionam como uma compra de dólares no mercado futuro.

Nestas operações, o BC faz oferta de dólares para tentar controlar a cotação da moeda e impedir grandes oscilações. Além disso, essas operações servem para oferecer garantia (hedge) a empresas contra a valorização do moeda.

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