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Se assumir o governo, vice-presidente da República promete reforma brusca, com mudanças em ministérios

(Foto: Marcelo Camargo/Abr)

O vice-presidente Michel Temer (PMDB) avisou a aliados que, se de fato assumir o Planalto após um possível afastamento de Dilma Rousseff, promoverá mudanças na equipe ministerial e anunciará medidas para sinalizar que não entende sua ascensão ao governo como “transitória”.

A avaliação de pessoas próximas ao peemedebista é de que, como ele tem sido alvo de críticas e desconfianças, Temer precisa “entrar com o pé na porta” e “mostrar a que veio” para consolidar o apoio de setores estratégicos no Congresso, indústria e mercado.

Aliados admitem que Temer terá pouco “tempo de carência”, o que o obrigará a demonstrar capacidade em um curto período, já que não contará com grande tolerância nem com trégua de setores da oposição que irão se erguer caso assuma o governo. Já nesta semana, procurado por parlamentares que aderiram ao afastamento de Dilma, Temer deu as linhas gerais do que pretende fazer.

Ao deputado Danilo Forte (PSB-CE), que foi recebido pelo vice no Palácio do Jaburu nesta quarta-feira (13), Temer afirmou que pretende enxugar a máquina da administração federal, incluindo redução no número de ministérios e nos 20 mil cargos comissionados. Setores da oposição, como o PSDB, pregam que Temer estruture sua administração em torno de algo como 17 ministérios – hoje são 31.

A aposta de setores que apoiam o vice no PMDB e no PSDB, partido que pretende dar suporte à agenda, é que Temer terá dez dias para marcar uma diferença brusca no estilo de governar (e cristalizar a impressão de que ele tem condições de comandar o País e superar a crise).

Para aderir à nova gestão, os tucanos preparam um documento que elencará propostas que o partido quer ver encampadas. Na lista de medidas está o patrocínio de uma reforma política com o fim das coligações proporcionais, por exemplo.

A formação de uma coalizão em torno do vice é vista como fundamental, já que há a certeza de que, se o impeachment ocorrer, o PT e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva comandarão o enfrentamento à gestão de Temer, o que garantirá a resistência de setores alinhados ao petismo.

Nas palavras de um aliado do peemedebista, a rápida troca ministerial será necessária para mudar o mau humor da sociedade com o governo e tentar enfraquecer movimentos favoráveis ao impeachment do vice-presidente, que foi deflagrado por ordem do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello.

Temer também pretende martelar a ideia de que um governo comandado por ele será aberto ao diálogo, promovendo encontros no Planalto com representantes de entidades ligadas ao empresariado e ao mercado financeiro. O vice também apostará no trato com o Congresso. (Folhapress)

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