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Se for eleito, Bolsonaro lançará rapidamente um programa de privatizações, disse um assessor econômico do presidenciável

Costa defendeu a medida como necessária para baixar a carga tributária. (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

O economista Carlos Alexandre da Costa, um dos assessores do candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro, disse que se o candidato do PSL for eleito, colocará rapidamente em prática um programa de privatizações. A iniciativa teria como objetivo principal a redução da dívida pública do País.

“Não podemos pagar R$ 400 bilhões de juros por ano”, comentou o economista nessa segunda-feira, ao participar de debate em congresso da Abimaq, entidade que representa a indústria de máquinas e equipamentos. “Vamos entrar rapidamente com o programa de desestatização.”

Durante o evento, Costa disse que, ao diminuir a conta dos juros e promover cortes “drásticos” de gastos públicos, o governo terá espaço para reduzir gradualmente a carga tributária brasileira, que passaria dos atuais 35% para 25%, que ele definiu como “um índice mais próximo dos países desenvolvidos”.

Depois de reiterar a promessa de retomada do superávit primário das contas públicas já no primeiro ano de mandato de Bolsonaro no Palácio do Planalto, o economista assinalou que ele pretende fazer uma reforma da gestão pública. Isso incluiria, por exemplo, a revisão das 263 carreiras do governo federal.

Costa manifestou, ainda, o compromisso do candidato – líder nas pesquisas de intenção de voto – com a reforma da Previdência Social, por meio de uma alternativa de capitalização para os novos entrantes e a revisão de programas de incentivo e renúncias fiscais. “Aquilo que não tem impacto, temos que eliminar”, frisou.

Paulo Guedes

Em entrevista à imprensa na semana passada, o também economista Paulo Guedes, um dos principais nomes da equipe de Bolsonaro e cotado para a pasta da Fazenda em um eventual governo do ex-militar, descartou a possibilidade de atuar como “superministro”. Ele disse, ainda, que não existe um “salvador da Pátria”.

“Não existe ‘posto Ipiranga’ ou salvador da Pátria. Isso é uma construção coletiva”, afirmou, em referência à maneira como Bolsonaro o chama em público, já que o consulta quando o assunto é economia. Guedes é ex-sócio do banco Pactual (hoje BTG) e do Ibmec, além de atual sócio da Bozano Investimentos.

“O economista vai propor coisas duras, o presidente vai dar uma amaciada e depois, quando ele for negociar com o Congresso Nacional, vão dar outra amaciada”, opinou. Segundo ele, o resultado será um projeto diferente do que o economista propôs e do que o Congresso queria. ” Essa é a história do Brasil, como sempre aconteceu”.

Na mesma conversa com jornalistas, Guedes comentou projetos para educação, agricultura, previdência e apresentou ideias para reduzir o déficit público. Ele encerrou defendendo a venda de empresas estatais. “A União tem que vender ativo. A Petrobras vende refinaria. E o governo pode vender a Petrobras, por que não?”, questionou.

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