Com o objetivo de combater a circulação de informações falsas em redes sociais e aplicativos de mensagens, a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) do Rio Grande do Sul publicou no site oficial estado.rs.gov.br uma série de esclarecimentos sobre a gripe aviária. O material tem por base dados científicos.
O governo gaúcho ressalta que o compartilhamento de “fake news” representa um risco à sociedade. Além de gerar pânico injustificado, tende a prejudicar produtores, a economia e a confiança em medidas sanitárias essenciais.
A gripe aviária é uma doença viral que afeta principalmente aves, além de poder infectar mamíferos, inclusive o ser humano. Sua transmissão se dá pelo contato com aves doentes, água e materiais contaminados.
Sintomas respiratórios ou neurológicos em animais, bem como a mortalidade alta e súbita em determinada área, devem ser notificados imediatamente à Seapi, por meio da Inspetoria ou Escritório de Defesa Agropecuária. O contato de whatsapp é (51) 98445-2033. Confira, a seguir, algumas perguntas e respostas.
Ovos e carne transmitem gripe aviária?
Não. É nula a possibilidade de transmissão pelo consumo desses produtos, desde que bem cozidos – o vírus da gripe aviária não sobrevive ao procedimento. Portanto, alimentos de origem avícola, como carne de frango e ovos, são seguros para o consumo, desde que bem cozidos.
A gripe aviária pode passar para humanos?
Sim, embora raro. O vírus pode infectar seres humanos, mas geralmente isso acontece apenas com quem tem contato direto, prolongado e sem proteção adequada com aves infectadas. Não há ocorrências de casos de transmissão entre pessoas.
A doença é transmissível entre aves?
Sim. É contagiosa entre aves, principalmente entre as silvestres, migratórias e domésticas, mas também pode acometer mamíferos. Por isso, medidas de vigilância e controle são essenciais, principalmente em áreas próximas a rotas migratórias.
Animais silvestres podem infectar granjas?
Sim. Aves silvestres, especialmente as migratórias de vida livre, podem transportar o vírus e contaminar granjas. Por isso, a biosseguridade, conjunto de medidas para evitar a entrada de agentes infecciosos, é fundamental nas propriedades avícolas.
Autoridades têm eliminado todas as aves nas granjas?
Não. Políticas de eliminação indiscriminada de aves não são adotadas no País. As equipes têm visitado as propriedades no raio de 10 quilômetros do foco de Montenegro (Vale do Caí) para conversar com produtores, observar os animais e levar informações sobre a doença. As ações de controle são pontuais e baseadas em evidências, conforme protocolos nacionais e internacionais, a fim de proteger a saúde animal e humana, sem prejuízos ambientais ou agripecuárioas desnecessários.
Focos podem ser resolvidos rapidamente?
Sim. O governo gaúcho adota medidas imediatas e eficazes assim que um foco é identificado. Em Montenegro, por exemplo, os fiscais sanitários visitaram 100% das 540 propriedades rurais no raio de dez quilômetros do foco de influenza aviária em apenas quatro dias. Da mesma forma, o trabalho sanitário está sendo realizado no Zoológico de Sapucaia do Sul, outro foco da doença, por profissionais das secretarias estadual e federal.
O País está preparado para controlar a doença?
Sim. O Brasil possui um dos sistemas de vigilância sanitária mais eficientes do mundo na área avícola. O país conta com profissionais capacitados, laboratórios especializados e protocolos rigorosos para detecção e controle de focos da doença.
(Marcello Campos)