A líder técnica da resposta à pandemia da Organização Mundial da Saúde (OMS), Maria Van Kerkhove, afirmou nesta segunda-feira (24), que estudos preliminares mostram que crianças pequenas transmitem menos covid-19 em relação a adolescentes.
“Crianças podem transmitir o vírus, mas há diferenças na taxa de transmissão a depender da idade, com os menores transmitindo menos”, disse durante coletiva de imprensa.
Entretanto, por meio de estudos soroepidemiológicos – que testam a presença de anticorpos para checar se o paciente teve infecção de covid-19 – resultados iniciais apontam essa diferenças nas taxas de infecção entre crianças pequenas e adolescentes.
Outras pesquisas, de transmissão doméstica, indicam que a infecção passar de uma criança a um adulto é menos comum que o contrário. “Adultos podem infectar crianças e crianças podem infectar adultos, embora esta pareça acontecer com menos frequência”, disse Maria.
Ela declarou que esses estudos ainda estão em andamento e que, no processo de reabertura de escolas, o mais importante a ser considerado é o nível da transmissão comunitária do novo coronavírus onde a instituição se localiza, que deve estar controlado. Caso não esteja, esses ambientes podem piorar a disseminação da doença.
Uso de máscaras
A OMS lançou na última semana recomendações para o uso do equipamento entre crianças. A entidade apontou que menores de cinco anos não devem usar máscaras por, em geral, não terem capacidade de utilização apropriada com o mínimo de ajuda.
Enquanto isso, maiores de 12 anos devem usar nas mesmas condições que os adultos, principalmente onde não for possível manter o distanciamento físico de um metro entre outras pessoas e em locais de transmissão generalizada.
A utilização por crianças de seis a 11 anos depende de uma série de fatores, como capacidade de uso de forma apropriada e nível da transmissão na área onde reside.
Crianças com distúrbios do desenvolvimento ou com deficiência devem ser avaliadas caso a caso, “pelos pais, tutores, educadores e/ou médicos”. “Crianças com deficiências cognitivas ou respiratórias graves com dificuldade em tolerar uma máscara não devem ser obrigadas a usá-las”, aponta o documento.
Aquelas com comorbidades relacionadas ao desenvolvimento da forma grave de covid-19, como câncer ou fibrose cística, devem usar uma máscara de proteção médica, não de tecido.