Está marcado para a próxima segunda-feira (21) o julgamento do dissídio da greve dos funcionários dos Correios. A decisão foi tomada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) após a última tentativa de negociação entre a empresa e o sindicato fracassar na sexta-feira passada (11).
Os trabalhadores dos Correios estão em greve há quase um mês pela retirada de 70 cláusulas de direitos do acordo coletivo, o que representaria a redução do tempo de licença-maternidade de seis para quatro meses; o fim do pagamento de férias-bonificação e de auxílio para colaboradores com filhos deficientes; a diminuição da idade limite para auxílio-creche de 7 para 5 anos; a redução do valor pago como auxílio-alimentação e o aumento do desconto relativo ao benefício; e a maior valor de co-participação no plano de saúde, entre outros.
Tudo começou no ano passado, quando o TST definiu que o acordo entre a empresa e os funcionários seria válido de 1º de agosto de 2019 até 31 de julho de 2021. Porém, depois, a Corte atendeu a uma liminar dos Correios, mudando o prazo final do acordo para agosto de 2020. Dessa forma, depois da data, a empresa poderia fazer modificações nas regras.
Nas primeiras tentativas de conciliação, o TST propôs a continuação dos benefícios concedidos aos trabalhadores no acordo coletivo assinado em 2019, mas reajuste nas cláusulas econômicas. O sindicato até aceitou. Os Correios, no entanto, se manisfestaram, sugerindo manutenção apenas de poucas cláusulas.
Empresa
A empresa divulgou uma nota, afirmando que teve sua situação econômico-financeira agravada pela crise mundial causada pela pandemia de covid-19, porém tem preservado, ate então, empregos, salários e todos os direitos previstos na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), bem como outros benefícios concedidos aos trabalhadores.
A companhia ainda afirmou que “aguarda o retorno dos trabalhadores que aderiram à paralisação parcial o quanto antes, cientes de sua responsabilidade para com a população, sobretudo nesse momento em que os serviços da empresa são ainda mais essenciais para pessoas físicas e jurídicas”.
Representante dos trabalhadores
Já a Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (Findect) rebateu, alegando que “apesar de registrar aumento no lucro mesmo com todas as restrições impostas pela pandemia, a diretoria dos Correios dá as costas para a sua principal base de sustentação: os trabalhadores ecetistas”.
A Findect ainda orientou que seus filiados continuem e fortaleçam a greve para conquistarem a manutenção dos direitos.
