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Senado aprova convite para que Paulo Guedes explique novo reajuste nos combustíveis

Lei que estabelece a remuneração de profissionais entre R$ 2.375 e R$ 4.750 foi sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro em agosto. (Foto: Edu Andrade/ASCOM/Ministério da Economia)

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou, nesta terça-feira (21), um requerimento para que o ministro da Economia, Paulo Guedes, compareça ao colegiado a fim de explicar os recentes reajustes nos preços dos combustíveis.

O pedido foi apresentado pelo senador Alexandre Silveira (PSD-MG) e inicialmente solicitava a convocação do chefe da equipe econômica, mas, diante dos apelos de senadores governistas, a comissão resolveu transformar o requerimento apenas em um convite.

Na prática, o convite não obriga Guedes a ir à comissão, mas os senadores
entenderam que, “por uma cordialidade”, seria importante dar a oportunidade de o ministro se dispor a comparecer à Casa. Caso ele se negue a marcar uma data para uma audiência com os senadores, a CAE deve, então, retomar a ideia de uma convocação, o que tornaria a presença dele algo obrigatório.

Braço direito do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), Silveira fez duras críticas a Guedes durante a discussão. Na avaliação dele, o ministro da Economia não conhece a realidade do país e se submete apenas ao setor financeiro.

“Temos um superministro com pouca visão de realidade, pouca visão além da Faria Lima [avenida em São Paulo que concentra empresas do mercado financeiro]. O Ministério da Economia é completamente desaterrado e distante da realidade do povo brasileiro. Na minha cidade, eu não conheço nenhum viaduto ou ponte que não tenha famílias que deixaram de viver um aluguel para viver embaixo desses viadutos”, disse Silveira. “Houve um equívoco de entregar um superministério a alguém que não conhece poeira, não conhece estrada e se submete apenas a Chicago e à [avenida] Faria Lima”, complementou.

O senador Espiridião Amin (PP-SC), que integra a base aliada do governo Jair
Bolsonaro, foi o primeiro a solicitar que a CAE tentasse, primeiramente, um convite em vez de uma convocação. O apelo dele foi endossado pelo senador Marcos Rogério (PL-RO), que não poupou a Petrobras de críticas.

“Uma empresa majoritariamente pública que parece sabotar o próprio Brasil.
Alguém já sabia a decisão que iria ser anunciada [de reajuste dos combustíveis], tem algo muito errado nessa história. Lamento muito ter que chegar a esse ponto de ter que cogitar um instrumento como CPI. Não é normal um governo defender uma CPI, não é mesmo, mas também não é normal uma empresa como a Petrobras fazer o que está fazendo”, argumentou Rogério.

A pedido do líder da minoria, senador Jean Paul Prates (PT-RN), a CAE também aprovou, na mesma sessão, outros dois convites sobre o tema. O primeiro será endereçado ao ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, que defende a privatização da Petrobras. O segundo será direcionado ao ex-presidente da Petrobras, que decidiu renunciar ao cargo após sofrer pressão do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

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