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AO VIVO: Senadores discursam sobre o impeachment

Sessão pode se estender pela madrugada desta quinta-feira (Foto: Pedro França/Agência Senado)

A sessão que decidirá o futuro da presidenta Dilma Rousseff foi retomada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), após intervalo, na noite desta quarta-feira.  São 71 senadores inscritos para discursar, antes da votação. De acordo com o regimento do Senado, cada um terá direito de se pronunciar por, no máximo, 15 minutos, por ordem de inscrição.

Utilizando do seu tempo para discursar, o  senador Fernando Collor (PTC-AL) disse que a história lhe reservou este momento. “Devo vivê-lo num estrito cumprimento de um dever.” Ele disse ainda que procurou o governo e alertou sobre os problemas e erros que estava cometendo e citou trecho de livro que fala de seu governo. O presidente do Senado, Renan Calheiros, agradeceu o registro histórico feito pelo senador Fernando Collor.

Iniciada às 10h, com uma hora de atraso, a reunião foi interrompida pela primeira vez às 12h30min após a fala de cinco senadores.

No fim da tarde, alguns senadores pediram, por meio de requerimento, a diminuição do tempo de cada discurso para dez ou cinco minutos, mas a ideia foi imediatamente rejeitada pelo senador Humberto Costa (PT-PE) e por outros aliados do governo.

“Foi amplamente divulgado que seriam concedidos 15 minutos a todos que quisessem falar. Não é justo que agora, no meio do jogo, a regra mude e eu, que poderia ter me inscrito entre os primeiros e falar por 15 minutos, agora seja obrigado a falar dez ou cinco”, reclamou Humberto, que sugeriu como alternativa a suspensão dos trabalhos à noite e a retomada nesta quinta (11).

Diante da falta de consenso, o presidente Renan Calheiros decidiu não colocar o requerimento em votação.

“Estamos chegando a um impasse que não interessa a ninguém. É muito importante que nós tenhamos uma solução hoje, seja qual for. Eu garantirei o espaço de cada senador e  queria repetir aqui: não cabe a mim nem adiantar, nem atrasar o relógio da história”, disse o presidente.

Ataque

Na tribuna, os senadores se concentraram em questões técnicas ou políticas para justificar suas posições e encaminhar os votos.

Os cinco primeiros a se manifestar na fase discussão – Ana Amélia (PP-RS), José Medeiros (PSD-MT), Aloysio Nunes (PSDB-SP), Marta Suplicy (PMDB-SP) e Ataídes Oliveira (PSDB-TO) – reiteraram posição favorável ao impedimento.

Eles afirmaram que há provas suficientes para a responsabilização de Dilma Rousseff, rejeitaram a tese de golpe e criticaram a atuação do governo, principalmente nos campos político e econômico.

Para o senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), os crimes de responsabilidade identificados no processo se tornam “até insignificantes” diante de outras “práticas criminosas” praticadas pelo PT. Além disso, segundo ele, Dilma está deixando ao país uma dívida pública explosiva, cortes nos programas sociais, inflação alta, recessão e alta no índice desemprego.

“Quero mostrar aos brasileiros os estragos que o PT causou ao povo brasileiro durante esses 14 anos. Esse é o maior crime que o governo praticou”, disse.

Defesa

O primeiro parlamentar contrário ao impeachment só foi à tribuna por volta das 15h30min. Telmário Mota (PDT-RR) disse que “o momento, apesar de histórico, é vergonhoso, pois está havendo uma tomada ilegítima de poder apelidada de impeachment”.

“Nunca se falou tanto em democracia, mas ela não está sendo respeitada. O voto das urnas está sendo retirado dos milhões de eleitores. E o prejuízo maior será da população”, lamentou.

 

Acompanhe ao vivo a sessão:

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