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Senador preso recebeu 10 milhões de dólares de propina de multinacional, revela ex-diretor da Petrobras

Delcídio do Amaral foi preso no âmbito da Lava-Jato no dia 25 de novembro (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)

O ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró relatou aos procuradores, na fase de negociação de sua delação premiada, que o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) recebeu propina de 10 milhões de dólares da multinacional Alstom durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), entre 1999 e 2001.

Na época, ele ocupava a Diretoria de Óleo e Gás da Petrobras, e Cerveró era um de seus gerentes. O ex-líder do governo no Senado foi preso no âmbito da Operação Lava-Jato no dia 25 de novembro, sob acusação de tentar obstruir as investigações.

O pagamento da propina, segundo Cerveró, ocorreu na compra de turbinas para uma termelétrica que seria construída no Rio, a TermoRio, por 550 milhões de dólares. A Petrobras tinha pressa em construir termelétricas por causa do apagão que ocorreu no governo FHC entre 2001 e 2002. O repasse dos 10 milhões de dólares  foi intermediado pelo lobista Afonso Pinto Guimarães, que cuidava dos interesses da Alstom no Rio, segundo a versão de Cerveró.

Um documento apreendido pela Polícia Federal com o chefe de gabinete de Delcídio, Diogo Ferreira, que também está preso, trazia as seguintes inscrições: “Nestor, Moreira, Afonso Pinto” e “Guimarães Operador Alstom BR pago p/ Delcídio”.

A delação de Cerveró, que começou a depor na segunda-feira (07), esclarecerá o aparente enigma. Moreira é o ex-gerente da Petrobras Luis Carlos Moreira da Silva, que está sob investigação da Lava-Jato e participou do caso das turbinas, segundo Cerveró. (Folhapress)

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