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Senador Sérgio Moro vê revanchismo em operação da Polícia Federal que apura suposto abuso

O senador Sérgio Moro (União-PR) classificou como “fantasiosa” a operação da Polícia Federal. (Foto: Carlos Moura/Agência Senado)

O senador Sérgio Moro (União-PR) classificou como “fantasiosa” a operação da Polícia Federal (PF) realizada na 13ª Vara Federal de Curitiba (PR), na última quarta-feira (3), para apurar acusações do ex-deputado estadual Tony Garcia, que alega ter sido coagido a fazer gravações clandestinas enquanto negociava um acordo de delação. Segundo o ex-juiz da Lava-Jato, a investigação “não tem objeto” e se arrasta no Supremo Tribunal Federal (STF) sem que se estabeleçam fatos concretos. As declarações foram dadas ao programa Ponto de Vista, da revista Veja.

Moro afirmou que deixou a Vara em 2019 e considerou despropositada a busca por supostas irregularidades de sua atuação como juiz. Para o senador, o episódio integra um “clima de revanchismo” e tenta intimidar a oposição ao governo. O parlamentar afirmou que García “cria teorias conspiratórias” e que as diligências apenas revelarão a inconsistência das denúncias.

Moro também mencionou a manifestação do procurador-geral da República, que defendeu o envio do caso a outras instâncias, e avaliou que a operação reforça tensões políticas alimentadas por ressentimentos ligados à Lava-Jato. O ex-ministro de Bolsonaro reiterou que não teme o avanço da apuração e disse esperar que o processo seja concluído com o esclarecimento definitivo das acusações.

Entenda

A PF cumpriu n quarta-feira (3) uma ordem do ministro Dias Toffoli, do STF (Supremo Tribunal Federal), para acessar informações dos terminais e computadores da 13ª Vara Federal de Curitiba, onde tramitou a Operação Lava-Jato.

As diligências são relacionadas a uma investigação sobre acusações feitas pelo ex-deputado estadual Tony Garcia contra o senador Sérgio Moro (União Brasil-PR), ex-juiz responsável pelas decisões relacionadas à operação.

Garcia afirma ter sido obrigado a gravar pessoas de forma ilegal a pedido de Moro durante investigações do caso Banestado, em dezembro de 2004, como parte de seu acordo de delação premiada.

A PF apura informações que envolvem processos relacionados ao próprio Garcia e também referente a uma série de doleiros investigados tanto na Lava Jato como em outras operações que se desdobraram dela, como Dario Messer e Vinicius Claret (conhecido como Juca Bala).

Toffoli manteve o inquérito sobre Garcia no STF, contrariando pedido do senador, que argumenta que os fatos analisados são anteriores a seu mandato.

Procurada por meio da assessoria, a Justiça Federal do Paraná disse que não iria se manifestar sobre o assunto.

Por meio de nota, Moro disse que não teve acesso aos autos do inquérito, “instaurado com base em um relato fantasioso de Tony Garcia”.

Segundo o senador, não houve qualquer irregularidade no processo de 20 anos atrás e que “não há causa para competência do STF no inquérito, já que não há sob investigação ato praticado por Sergio Moro na condição de senador ou ministro”.

“O senador não tem qualquer preocupação com o amplo acesso pelo STF aos processos que atuou como juiz. Essas diligências apenas confirmarão que os relatos de Tony Garcia são mentirosos”, afirmou. As informações são da revista Veja e do jornal Folha de S.Paulo.

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