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Senadora Soraya Thronicke deixa de seguir a influenciadora digital Virginia Fonseca nas redes sociais e explica motivo

Soraya Thronicke deixa de seguir Virginia após post com referência ao jogo do tigrinho. (Foto: Reprodução)

A senadora Soraya Thronicke, relatora da CPI das Bets, revelou durante sua participação em um podcast, na segunda-feira (19), que deixou de seguir a influenciadora digital Virginia Fonseca nas redes sociais. O motivo, segundo a parlamentar, seria um vídeo postado pela empresária, ao lado do influenciador Carlinhos Maia, cantando uma música que faz referência ao “dinheiro do tigrinho”.

Segundo Soraya, a atitude da influenciadora foi inapropriada e um desrespeito com o trabalho da comissão parlamentar.

“Mas, por conta do vídeo que ela postou com Carlinhos Maia, eu deixei de segui-la. Eu estava tentando conquistá-la para ver se eu tiraria (informações). Lógico que eu não acredita exatamente, mas foi um gesto”, disse a senadora, em entrevista ao podcast “Inteligência Ltda”.

O vídeo divulgado por Virgínia foi gravado durante o reality “Rancho o Maia”, comandado por Carlinhos Maia, que também deve ser chamado para depor na CPI. A influenciadora e Soraya haviam se seguido nas redes sociais ao final da sessão, ocorrida na última terça-feira (13), no Senado.

Questionada sobre a postura dos demais senadores durante a sessão, Soraya afirmou que não pode impedir que um parlamentar se pronuncie na CPI, mas afirmou não concordar com a atitude de quem aproveitou a ocasião para pedir fotos com Virgínia:

“Eu não dei nenhuma risada. Achei totalmente fora de sintonia com a gravidade da situação”, relatou.

Soraya ainda afirmou que não acredita nas respostas que Virginia deu durante o depoimento no Senado, principalmente quando a influenciadora se recusou a revelar o valor que ganha com publicidade de sites de apostas.

“Duvido que o dinheiro que ela ganha das Bets não signifique nada. Ela ocultou o quanto ela ganha. E no outro dia está dançando com o Carlinhos Maia, que também está na nossa mira”, comentou a senadora.

Testemunha na CPI

A influenciadora digital Virgínia Fonseca depôs na condição de testemunha à CPI das Bets na última terça-feira (13), no Senado. O colegiado investiga eventuais conexões entre as plataformas que operam o serviço de aposta e crimes financeiros, como lavagem de dinheiro e associação criminosa.

Por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, Virginia foi autorizada a ficar em silêncio em relação a eventuais questões que possam incriminá-la.

Quando depôs, Virgínia acumulava 53,4 milhões de seguidores no Instagram. Após a repercussão negativa de sua participação na CPI, no entanto, o número caiu em cerca de 600 mil. O colegiado tenta entender a influência de personalidades digitais sobre a estratégia de comunicação dessas empresas.

A convocação da influenciadora foi feita em novembro de 2024 pela relatora da CPI, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS).

Em uma das primeiras respostas aos senadores, ela negou que o seu contrato de publicidade com a empresa Esportes da Sorte era condicionado ao número de apostadores que ela pudesse conseguir. Também disse que o acordo não previa acréscimo no número de seguidores dela ou da empresa. Virgínia disse cumprir com as regras de alerta contra vícios em jogos e se mostrou favorável a mudanças na legislação sobre o tema.

“A única cláusula sobre ganhos no meu contrato com a Esportes da Sorte dizia que, caso eu dobrasse o valor do lucro previsto no contrato, receberia 30% a mais da empresa. Os ganhos nunca foram condicionados ao número de apostadores. Deixo claro que se trata de um jogo para se divertir, no qual as pessoas podem ganhar ou perder. Coloco sempre as imagens exigidas pelo Conar (conselho de autorregulação publicitária), nunca disse que as pessoas iam fazer o dinheiro da vida delas. Deixo claro que é para maiores de 18 anos. Sempre deixo as exigências claras, de que se trata de um jogo e que não é recomendável para quem já tem vídeos. Acho que a legislação pode ser melhorada, sim. Sempre que as orientações mudam, eu atualizo minha conduta. O vício sempre existiu, meu pai era viciado em bebida alcoólica, eu ajo dentro da lei, mas não tenho muito o que fazer”, afirmou. As informações são do jornal O Globo.

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