Senadores da base do governo criticaram, na terça-feira, da tribuna do plenário, a declaração do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso de que a presidenta Dilma Rousseff deveria assumir seus erros ou renunciar.
Em texto publicado em seu perfil no Facebook, na segunda-feira, um dia após as manifestações de rua contra o governo, o ex-presidente afirmou que se Dilma não for capaz de admitir erros ou renunciar, o País assistirá “à desarticulação crescente do governo e do Congresso”.
O senador petista Jorge Viana (AC) disse que espera que o ex-presidente reavalie a posição declarada na segunda-feira. “Eu espero sinceramente que o presidente Fernando Henrique possa rever essa posição dele e possa fazer como ele estava pensando antes das manifestações: ser parte da solução, ajudar o País, dar o seu melhor para o País”, afirmou no plenário da Casa.
Viana também atacou, relembrando o episódio da suposta compra de votos para aprovação da reeleição, durante o primeiro mandato de FHC. “Eu poderia lembrar um episódio que é parte da história. Como se deu o segundo mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso? Não existia reeleição no Brasil. A reeleição no Brasil foi comprada, neste plenário e no plenário da Câmara dos Deputados. Envolveu parlamentares. Foi comprada por 200 mil moedas. […] A reeleição foi comprada, e o presidente Fernando Henrique foi reeleito. Eu nunca usei este termo, de que ele foi reeleito ilegitimamente”, afirmou.
A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) também fez críticas e disse que o “palpite infeliz”, segundo classificou, de FHC, surpreende a todos: “Ele [FHC] tem sido considerado, até agora, a voz do equilíbrio, e ele me aparece com essa frase, com esse palpite infeliz, uma irresponsabilidade sem tamanho, em um momento inoportuno. Justamente quando a pauta prioritária é o diálogo, é o consenso em torno da retomada do crescimento”. (AG)
Senadores governistas criticam FHC por sugestão de renúncia de Dilma

Ex-presidente sugeriu renúncia de Dilma através de texto em seu perfil no Facebook. (Foto: Fábio Motta/AE)