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Sérgio Moro afirma que sempre respeitou o MBL e volta a criticar invasão de celulares

Moro estava cercado de um forte aparato policial na capital fluminense. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O ministro da Justiça, Sérgio Moro, afirmou em entrevista que sempre respeitou o MBL e voltou a criticar invasão de celulares. O jornal Folha de S. Paulo procurou o ex-juiz e a força-tarefa da Operação Lava-Jato no Paraná para comentar o conteúdo da troca de mensagens envolvendo as planilhas da Odebrecht.

“O ministro da Justiça e Segurança Pública não confirma a autenticidade de mensagens obtidas de forma criminosa e que podem ter sido editadas ou adulteradas total ou parcialmente”, afirma a nota.

“Repudia ainda a divulgação de suposta mensagem com o intuito único de gerar animosidade com movimento político que sempre respeitou e que teve papel cívico importante no apoio ao combate à corrupção”, afirma a pasta, em uma referência ao MBL (Movimento Brasil Livre), citado por Moro em um dos diálogos com o procurador Deltan Dallagnol, chefe da Lava-Jato no Paraná.

“A invasão criminosa de celulares de autoridades públicas é objeto de investigação pela Polícia Federal”, completa o Ministério da Justiça.

Já a equipe de procuradores não se manifestou até a publicação desta reportagem.

Na semana passada, a equipe da força-tarefa da Lava-Jato em Curitiba divulgou notas reiterando críticas à divulgação de mensagens pelo The Intercept Brasil.

Em um desses comunicados, disse que a divulgação de diálogos “obtidos por meio absolutamente ilícito, agravada por um contexto de sequestro de contas virtuais, torna impossível aferir se houve edições, alterações, acréscimos ou supressões no material”.

“Diálogos inteiros podem ter sido forjados pelo hacker ao se passar por autoridades e seus interlocutores. Uma informação conseguida por um hackeamento ilegal traz consigo dúvidas inafastáveis quanto à sua autenticidade.”

Procuradores na linha de frente da Operação Lava-Jato se articularam para proteger Sérgio Moro e evitar que tensões entre ele e o Supremo Tribunal Federal paralisassem as investigações num momento crítico para a força-tarefa em 2016, segundo mensagens privadas enviadas por uma fonte anônima ao The Intercept Brasil e analisadas pelo jornal brasileiro e pelo site.

Teori Zavascki

As mensagens indicam que os procuradores e o então juiz temiam que o ministro Teori Zavascki, relator da Lava-Jato no STF, desmembrasse os inquéritos que estavam sob controle de Moro em Curitiba e os esvaziasse num momento em que as investigações sobre a Odebrecht avançavam rapidamente.

Os diálogos sugerem que o incidente foi causado por um descuido da Polícia Federal no dia 22 de março de 2016, quando ela anexou os documentos da Odebrecht aos autos de um processo da Lava-Jato sem preservar seu sigilo, o que permitiu a divulgação do material por um blog mantido pelo jornalista Fernando Rodrigues na época.

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