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Sessão interrompida: deputada Laura Carneiro reage após colega Marco Feliciano mandá-la “ficar quietinha”

A sessão foi interrompida após a confusão, e retomada minutos depois. (Foto: Victor Diniz/Câmara dos Deputados)

A deputada federal Laura Carneiro (PSD-RJ) e o seu colega de Casa, Pastor Marco Feliciano (PL-SP), tiveram um bate-boca no início da sessão desta quinta-feira (24) na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos antidemocráticos do 8 de janeiro. A parlamentar foi para cima do membro da oposição. A sessão foi interrompida após a confusão, e retomada minutos depois.

A confusão iniciou logo após o presidente da comissão mista, o deputado Arthur Maia (União-BA) anunciar os próximos passos do colegiado.

Membros da oposição se queixaram por acreditar que a CPMI estava aprovando mais requerimentos da base de governo, que tem a maioria.

Houve bate-boca entre Arthur Maia e Feliciano (PL-SP). O deputado baiano afirmou que não permitiria confusão no início da audiência. Foi nesse momento que a deputada Laura Carneiro reagiu ao colega paulista.

“Aprende a respeitar mulher, cara. E homem também!”, disse a parlamentar.

Feliciano rebateu e chamou o presidente da CPMI de “ditador”, por desligar seu microfone. Em pé ao lado da mesa da comissão, Laura foi em direção a Feliciano na sala e pôs o dedo em riste para o colega:

“Ditador ele não é, não. Não vai falar. O senhor não vai falar”, gritou Laura.

Feliciano rebatia e dizia a mesma frase:

“É sobre isso que eu quero falar, esse desrespeito aqui.”

Laura, então, prosseguiu:

“Quem cuida dessa porcaria aqui é ele”, se referindo a Arthur Maia.

Os ânimos foram apaziguados por colegas e a sessão foi interrompida.

Eliziane e Feliciano
Esse não é o primeiro embate de Feliciano na Comissão. Na última terça-feira (22), ele e a relatora da CPMI, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), discutiram pelas redes sociais sobre a possibilidade de quebra de sigilo bancário e telemático do ex-presidente Jair Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. O pedido foi apresentado pelos parlamentares governistas em reunião da comissão na terça, que terminou sem definição.

Em postagem logo após a reunião, Eliziane foi às redes sociais pedir que o deputado “assuma seus atos” e afirme publicamente que “quem partiu para cima de uma mulher foi o senhor”.

De acordo com os envolvidos, o encontro de terça-feira teve discussão inflamada, com gritos e dedos apontados ao debater a quebra de sigilo.

Poucos minutos depois, Feliciano afirmou que a relatora “se vitimiza” e a acusou de ter “levantado aos gritos apontando o dedo e tocando na religião”. O parlamentar ainda a acusou de “destempero” dentro da reunião.

No início da sessão, o presidente da comissão, anunciou que prevê encerrar a CPMI em outubro. Segundo o parlamentar, a expectativa é que a relatora, Eliziane Gama, leia o relatório final no dia 17 de outubro e que o documento seja votado na sessão seguinte.

Maia também disse que devem ser realizadas mais 12 oitivas até o encerramento da comissão, entre elas a do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) general Gonçalves Dias, que está agendada para a próxima terça-feira (29).

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