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Setor privado puxa a recuperação do PIB brasileiro

O Ibre elevou a estimativa de alta do PIB (Produto Interno Bruto) em 2020, de 1,8% para 2%. (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

O governo federal prepara uma nova revisão para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro neste ano. A visão na equipe econômica é de que efeitos de ações como a liberação dos saques do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) ainda podem levar a um aumento da taxa, estimada hoje em 0,85%.

Os novos parâmetros devem ser divulgados no começo de novembro. Aumento no crescimento do PIB ajuda a amenizar o rombo nas contas públicas por se traduzir em maior previsão de receitas, mas o impacto, desta vez, deve ser pequeno, já que a maior parte delas em 2019 já foi computada (a previsão maior, portanto, impulsionaria o fim do ano).

O mercado projeta há semanas um avanço de 0,87% em 2019, segundo o levantamento do Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central. Internamente, a equipe econômica estima um avanço ainda maior, de 0,90%. Essa taxa coincide com estimativas de fora do governo, como é o caso dos cálculos do FMI (Fundo Monetário Internacional) e da CNI (Confederação Nacional da Indústria).

Já o Itaú Unibanco passou a considerar um crescimento superior, de 1%. Na equipe econômica, são considerados como importantes para os cálculos fatores ainda não totalmente absorvidos nos cálculos do mercado.

Estão na conta os saques do FGTS e maiores atividades no setor de óleo e gás. “Está melhorando. Provavelmente vai mexer para cima”, diz Adolfo Sachsida, secretário de Política Econômica.

Segundo técnicos do Ministério da Economia, os indicadores começam a dar sinais de avanço também em razão de perspectivas de maior equilíbrio fiscal. A pasta considera que o ritmo de crescimento do PIB representa uma retomada ainda lenta.

No entanto, o órgão acredita que os números detalhados indicam o começo de uma mudança estrutural na economia, puxada pelo avanço do setor privado (com retração do gasto público).

Os sinais do novo cenário, segundo técnicos, já aparecem nos dados do segundo trimestre, quando o crescimento do PIB do setor privado cresceu 1,69% em relação ao mesmo período do ano anterior. Enquanto isso, o PIB do setor público encolheu 1,56%.

Os dados foram calculados pela Secretaria de Política Econômica usando números do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A análise conclui que a força-motriz do crescimento está mudando, com o setor privado em expansão mais robusta.

Na visão da equipe econômica,  as condições para o desenvolvimento do setor privado estariam se tornando mais favoráveis por um conjunto de fatores que inclui taxas de juros menores e inflação baixa.

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