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Sindicalistas e representantes do PT realizaram um ato a favor do plebiscito sobre a privatização de estatais gaúchas

Manifestação lotou o Teatro da Assembleia Legislativa. (Foto: Divugação/PT-RS)

Na noite dessa segunda-feira, o Teatro Dante Barone da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul serviu de palco para um ato em defesa do plebiscito que garante aos gaúchos o direito de decidir sobre o futuro das estatais CEEE (Companhia Estadual de Energia Elétrica), Sulgás (Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul) e CRM (Companhia Rio-grandense de Mineração).

O evento contou com a participação de servidores, sindicalistas e parlamentares do PT que integram o Fórum em Defesa do Plebiscito, coordenado pelo ex-deputado Pedro Ruas (Psol). Conforme o líder da bancada do partido na Casa, Luiz Fernando Mainardi, o governador Eduardo Leite vem repetindo uma prática comum a antecessores como Antonio Britto, Yeda Crusius e José Ivo Sartori:

“Na essência, o programa é o mesmo. Querem retirar o direito do povo debater e decidir. Essa subtração levará à possibilidade de privatizar as outras duas empresas públicas. O próprio governo tem uma pesquisa mostrando que a população é contra a venda das estatais e, por isso, não quer debater. Governador, não fuja ao debate e não traia sua palavra dada durante a campanha, de que realizaria o plebiscito”.

Já o deputado Jeferson Fernandes avaliou que o ato de hoje representa uma “arrancada da grande mobilização popular”. Ele disse, ainda: “Eduardo Leite defendeu a necessidade de ouvir o silêncio das ruas, mas nós queremos que ele ouça as vozes das ruas, deixando o plebiscito acontecer. Por que esse medo de ouvir a população? Porque não se sustenta esse desejo de vender [estatais]”.

Fernandes acrescentou que seus colegas Edson Brum (MDB) e Frederico Antunes (PP), que é líder de governo, “sugeriram que nos uníssemos para denunciar a má qualidade dos serviços privatizados da RGE, ou seja, querem privatizar, mas reconhecem que o serviço privado é ruim”.

A deputada Sofia Cavedon (PT), que participou de um almoço com a bancada federal da legenda, governador e representantes do setor privado, observou que os empresários defenderam a reforma da previdência e a compra do patrimônio público: “Por que será que eles querem comprar a Sulgás, a CRM e a CEEE? Será que é porque a gente não produz nada ou porque a gente produz muito bem, é lucrativo e tem tecnologia e soberania energética?”, questionou.

Outras presenças

Também estiveram presentes ao ato o ex-vice-governador Miguel Rossetto (PT), os deputados federais Henrique Fontana, Dionilso Marcon e Elvino Bohn Gass, deputada estadual Luciana Genro (Psol), a ex-deputada Jussara Cony (PCdoB) e, representando o senador Paulo Paim (PT), Abigail Pereira (PCdoB). Além disso esteve presente o prefeito de Candiota, Adriano dos Santos e vereadores e vereadoras de diversos municípios gaúchos.

A lista incluiu, ainda, os ex-governadores petistas Olívio Dutra e Tarso Genro. “Nossas empresas públicas geraram e podem gerar ainda mais recursos para o Estado, por isso não são propriedades dos governos que se alternam, mas do povo gaúcho que utiliza os seus serviços públicos”, ressaltou Olívio. “Qualquer vontade de se desfazer das empresas deve partir do povo.”

Sindicalistas e trabalhadores ligados às três empresas públicas também estiveram no teatro da Assembleia. Dentre eles Ana Spadari, presidente do Sinergisul: “Temos um compromisso que a iniciativa privada não tem. Mesmo sucateando a CEEE, conseguimos nos manter e chegamos em primeiro lugar em distribuição. As empresas públicas tem o compromisso com o social, com tarifas mais baixas para quem não pode pagar. Não podemos permitir esse ataque ao serviço público. A CEEE não visa lucro e sim um papel social”.

(Marcello Campos)

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