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Só 10% dos terminais de distribuição de combustíveis operam normalmente no País

A maior parte dos que já foram liberados estão na região Norte. (Foto: Fernanda Carvalho/Fotos Públicas)

Mesmo com determinação do governo federal em liberar estradas e com uma série de decisões judiciais ordenando o debloqueio das rodovias, apenas 10% dos terminais de distribuição de combustíveis tiveram seus acessos liberados e operam normalmente. Ao todo, as empresas do setor possuem 70 terminais de distribuição espalhados pelo País. Destes, 50% estão totalmente bloqueados pelos manifestantes. Os outros 40% conseguem liberar o transporte de combustíveis apenas para serviços essenciais como viaturas de polícia e ambulâncias mediante escolta armada.

A maior parte dos terminais que já foram liberados estão na região Norte, caso dos terminais do distrito industrial de Manaus (AM) e do porto de Miramar, em Belém (PA) cujos acessos foram desbloqueados no sábado (26). Nos dois casos, a operação para liberação das rodovias teve o apoio das polícias e órgãos de segurança do Estado. Os postos de combustível das duas capitais já começam a receber gasolina e etanol e devem normalizar a oferta nos próximos dia

Por outro lado, a maioria dos terminais bloqueados estão na região Sudeste, onde está concentrada a maioria da demanda por combustível. O levantamento é do jornal “Folha de S.Paulo”. A reportagem apurou que representantes do setor de combustíveis avaliam que há uma letargia do governo federal em colocar em prática o plano de liberar as estradas com o apoio do exército.

Também reclamam da falta de uma atuação mais efetiva dos governos estaduais para garantir o cumprimento de decisões judiciais que determinaram a liberação do fluxo de caminhões nas estradas. Em Estados como São Paulo e Rio de Janeiro as operações têm focado em escoltas para o transporte de combustíveis para atender setores essenciais, como polícia, bombeiros e aeroportos. Mas, ao contrário de capitais como Belém e Manaus, não há uma retomada na distribuição de combustível para o varejo.

O mesmo acontece em capitais nordestinas como Salvador, onde já não há oferta de gasolina e etanol para os consumidores em nenhum dos 250 postos da cidade. Com um comitê de crise montado, as empresas de distribuição estão com caminhões e motoristas já mobilizados para retomarem as atividades.

Redes Sociais

Ao pesquisar a frase “vendo gasolina” no Facebook, antes mesmo de completar a sentença, as palavras já aparecem completas como opção. Isso porque a frase vem sendo muito buscada nas redes sociais, seja por conta dos memes que estão a todo vapor na internet ou pela caça que alguns internautas estão fazendo em busca de compras de combustível para os veículos. A busca tem acrescido junto com a manifestação dos caminhoneiros, que continuou no sábado (26).

E, de fato, tem gente publicando anúncios de venda em sites e redes sociais. Na sexta-feira (25), por exemplo, um internauta que afirmou ser de Itabuna, no Sul da Bahia, estava ofertando 20 litros do combustível por R$ 100. Outros  anúncios foram colocados na internet, por pessoas que ofereciam o produto a valores que podiam chegar até R$ 8 o litro.

A tentativa de venda fora dos postos, no entanto, pode resultar em prisão. Ela só é permitida em postos de combustíveis, sob aprovação da Agência Nacional de Petróleo e mediante alvará das prefeituras e licença ambiental.

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