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Sob ataque, governadores do Nordeste reagem à declaração de Bolsonaro sobre “dividir o país”

Em meio aos embates entre a Polícia Federal e as Forças Armadas, o ministro da Justiça Flávio Dino afirmou que as instituições são “coirmãs a serviço do Brasil”. (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

A tensão entre o presidente Jair Bolsonaro e governadores do Nordeste aumentou nesta semana. Sob ataque do presidente, que os acusa de tentar “dividir o País”, pelo menos dois representantes do Executivo na região reagiram com insatisfação às declarações mais recentes.

Flávio Dino (PCdoB), do Maranhão, e Rui Costa (PT), da Bahia, manifestaram-se pelo Twitter após as falas de Bolsonaro na segunda-feira (05). Ele declarou que os governadores querem transformar a região “em uma Cuba” e pensam que o Brasil é “o Nordeste e o resto”. O presidente disse que a maioria dos governadores quer “começar a implementar a divisão do Nordeste contra o resto do Brasil”.

Para Dino, o presidente “insistiu em perpetrar impropérios com agressões pessoais”. O maranhense citou o desemprego e a recessão como problemas a serem resolvidos com urgência e recomendou ao presidente que se “dedicasse a governar”. “Precisamos de união e de paz. O Brasil é de todos nós”, tuitou o governador.

Rui Costa dedicou duas publicações à polêmica. Primeiro, disse que preferia não comentar as palavras de Bolsonaro e que tem “muito trabalho para fazer pela Bahia e pelos baianos”, o que não deixaria tempo disponível para “nutrir preconceito contra ninguém”.

Depois, o petista escreveu: “Luto por uma Bahia, um Nordeste e um Brasil de igualdade e sem ódio. Precisamos de paz e união para desenvolver um trabalho que possa trazer mais dignidade para o nosso povo”.

Há poucos dias, os governadores lançaram o Consórcio Nordeste, cujo objetivo é buscar parcerias em diferentes áreas e atrair investimentos para os Estados.

PT

“O PT lançou a divisão entre nós. E nós temos de nos unir. Agora mesmo estão tendo indícios de que, se não todos, a maioria dos nove governadores do Nordeste quer começar a implementar a divisão do Nordeste contra o resto do Brasil”, disse Bolsonaro em visita à Bahia.

“Não há diferença do que eu pensava na campanha e do que eu penso agora. Eu quero implementar o que eu falei em campanha. Pela primeira vez na história do Brasil, um presidente está buscando honrar aquilo que prometeu durante a campanha. Agora, palavrão sai de vez em quando, isso é natural, pô. Agora, alguns falam que isso não é linguajar para um presidente. Paciência. Mas isso não vai me aborrecer, essas conotações que dão, quando a gente fala um pouco mais com o coração do que com razão”, prosseguiu o presidente.

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