Ícone do site Jornal O Sul

Socorro aos Estados rompe relação entre o ministro da Economia e o presidente da Câmara dos Deputados

maiaguedes

Maia (D) chamou Guedes de "desequilibrado" após ministro falar em atuação contra privatizações. (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

A votação do projeto de socorro emergencial do governo federal a Estados e municípios rompeu a relação do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), com o ministro da Economia, Paulo Guedes. Os dois não têm mais contato, como revelou o próprio presidente Jair Bolsonaro em entrevista após a demissão de Luiz Henrique Mandetta do cargo de ministro da Saúde.

Guedes está convencido de que Maia trabalha para “explodir” as finanças do governo e inviabilizar uma recuperação econômica do País em uma articulação com os dois principais adversários de Bolsonaro: os governadores João Doria (São Paulo) e Wilson Witzel (Rio de Janeiro).

A auxiliares e amigos, Guedes tem repetido nas últimas semanas que o governo não vai financiar o que chama de “farra eleitoral” com disfarce de combate à Covid-19.  O ministro compartilha da visão do presidente, que, em entrevista à CNN, acusou Maia de querer dar um golpe político no governo ao colocar os governadores contra Bolsonaro e “posar de primeiro-ministro”. Como pano de fundo da guerra estão as disputas eleitorais deste ano e, mais à frente, a corrida pela Presidência em 2022.

O presidente da Câmara considera que os R$ 40 bilhões oferecidos aos governadores e prefeitos é muito pouco diante do tamanho do problema e que o Palácio do Planalto age para prejudicar a ação dos seus dois principais adversários, justamente nos Estados com mais vítimas. A oferta do governo, segundo Maia, contemplaria apenas R$ 22 bilhões que poderiam ser usados livremente pelos governos regionais.

Para Maia, o governo estimula desavenças da Câmara com o Senado. Ele reclama que Guedes não fez a mesma gritaria com projeto dos senadores para criar um novo programa para trabalhadores com carteira assinada, que ampliaria os gastos em R$ 114 bilhões.

Sair da versão mobile