Uma substância produzida pelo bicho-da-seda pode ser aliada de pessoas que precisam tratar pequenas elevações nas taxas de colesterol. Segundo a nutróloga Sylvana Braga, a enzima, chamada serrapeptidase, é livre de efeitos colaterais. Desta forma, o uso dela, para esse grupo específico de pacientes, pode ser uma alternativa natural às estatinas, drogas comumente utilizadas na terapia do problema.
“Trata-se de uma substância nova, que se torna mais uma opção no tratamento do colesterol. Não é um composto químico como a estatina, por isso, não são concorrentes. Mas a prescrição da serrapeptidase é interessante. Há pessoas que têm alergia à estatina, por exemplo”, afirma Sylvana, que também é reumatóloga e especialista em prática ortomolecular.
De acordo com a médica, como tem ação leve, embora imediata, a serrapetidase só é mesmo indicada para casos de pequenas alterações nas taxas de colesterol – geralmente associadas a má alimentação, estresse e sedentarismo. Quando a genética influencia e a elevação dos níveis dessa gordura é muito significativa, substâncias naturais não são recomendadas. “A serrapeptidase ajuda desde que associada a dieta e exercícios físicos”, declara.
Para a nutróloga Tamara Mazaracki, a possibilidade de usar compostos naturais no tratamento de doenças sempre é interessante. “Essa forma de encarar a terapia pode produzir bons resultados. A levedura do arroz vermelho, por exemplo, consegue controlar pequenas e grandes elevações no colesterol sem os efeitos negativos da estatina, como dor muscular, confusão mental e aumento do risco de diabetes”, diz a médica, lembrando que a droga é necessária a quem já infartou ou fez ponte de safena.
A serrapeptidase é produzida no intestino do bicho-da-seda. Segundo Sylvana, estudos mostram que a substância também age em músculos e em artérias contra inflamações diversas – celulite, otite, sinusite, artrite. “Teoricamente, a serrapeptidase tem inúmeros efeitos possíveis, como ação anti-inflamatória, antiedema e analgésica. Entretanto, não existem evidências científicas suficientes disponíveis que respaldem o uso clínico terapêutico do produto”, pondera o cardiologista Ricardo Mourilhe. O composto pode ser adquirido em farmácias de manipulação com prescrição médica. (AG)