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O substituto de Joaquim Levy no comando do BNDES será indicado pelo ministro Paulo Guedes e deve ser da iniciativa privada

Levy (foto) pediu demissão do cargo no domingo, um dia após o presidente Jair Bolsonaro ter dito que ele estava com a "cabeça a prêmio". (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)

O substituto de Joaquim Levy no comando do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) será indicado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e deve ser da iniciativa privada, informaram integrantes da equipe econômica. Joaquim Levy pediu demissão do cargo neste domingo (16), um dia após o presidente Jair Bolsonaro ter dito que ele estava com a “cabeça a prêmio”.

Bolsonaro disse na tarde de sábado (15) que, se Levy não demitisse o diretor de Mercado de Capitais do BNDES, Marcos Barbosa Pinto, ele, Bolsonaro, demitiria Levy. Poucas horas depois, Marcos Pinto renunciou ao cargo. O próximo presidente do BNDES terá de focar os trabalhos nas seguintes áreas: programas de saneamento; infraestrutura; privatizações; reestruturação de Estados e municípios.

Ainda de acordo com integrantes do governo, o substituto de Joaquim Levy também deverá ter como objetivos devolver à União parte dos recursos emprestados ao BNDES, além de buscar investimentos no exterior. Embora a nomeação de Marcos Pinto tenha sido a “gota d´água’ para Bolsonaro, integrantes da equipe econômica afirmam que o presidente estava insatisfeito com Joaquim Levy havia três meses.

Isso porque, na avaliação desses integrantes, Levy não havia cumprido a promessa de campanha de Bolsonaro de “abrir a caixa-preta” do BNDES em relação a empréstimos para Venezuela e Cuba nem havia buscado investimento no exterior.

“Angustiado”

O ministro Paulo Guedes disse que Bolsonaro estava “angustiado”. Acrescentou que entendia a “angústia” em razão de Levy ter escolhido “nomes ligados ao PT” para o banco.

Marcos Pinto, cuja demissão foi cobrada por Bolsonaro, foi chefe de gabinete de Demian Fiocca na presidência do BNDES (2006-2007). Fiocca era considerado, no governo federal, um homem de confiança de Guido Mantega, ministro da Fazenda nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.

“Ninguém fala em ‘abrir a caixa-preta’ e ainda nomeia um petista. Então, fica clara a compreensão da irritação do presidente”, disse Guedes.  Guedes e Bolsonaro conversaram no sábado logo após o presidente ter dito que Levy estava com a “cabeça prêmio”. A declaração fez os integrantes da equipe econômica considerarem “insustentável” a situação do agora ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.

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