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Suíça afirma estar impressionada com a coragem da luta contra a corrupção no Brasil

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, estava programado para fazer um discurso na Suíça, mas acabou cancelando a viagem diante de sua posse. (Foto: Felipe Sampaio/STF)

O Ministério Público da Suíça elogia o trabalho da Procuradoria-Geral da República do Brasil e disse estar “impressionado com a coragem” da luta contra a corrupção no Ministério Público  brasileiro. Em discurso realizado na quarta-feira, em Zurique (Suíça), o procurador-geral suíço, Michael Labeur, fez questão de citar o caso de corrupção da Petrobras na abertura da reunião anual da Associação Internacional de Procuradores. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, estava programado para fazer um discurso, mas acabou cancelando a viagem diante de sua posse.
“Estamos impressionados pela coragem deles [brasileiro]”, disse Lauber. “Eles lutam com convicção e com a certeza de estar fazendo a coisa certa, com o respeito ao estado de direito”, completou. Brasil e Omã foram os únicos países mencionados no discurso a um plenário para procuradores de todo o mundo.
A colaboração entre o Brasil e a Suíça permitiu o congelamento de mais de 400 milhões de dólares em contas relacionadas com os ex-funcionários da Petrobras. “Queremos lutar contra a corrupção de forma séria”, ressaltou.“Contribuímos, portanto, com diversos países e sabemos que isso é crucial para levar casos adiante”, afirmou. Porém, o governo suíço também afirma que outras praças financeiras receberam valores potencialmente superiores aos que foram depositados nos bancos do país alpino em propinas relacionadas ao esquema de corrupção na Petrobras.
“Sabemos que há mais dinheiro fora daqui”, disse o responsável pelo Departamento de Direitos Internacional da chancelaria suíça,
Valentin Zellweger. Segundo ele, outras praças financeiras têm ainda mais dinheiro que a Suíça cuja origem seria o esquema na estatalbrasileira.  “Mas elas não comunicam”, declarou.
Questionado sobre como os bancos acabaram aceitando esses milhões de dólares de ex-executivos da Petrobras sem questionamentos, o embaixador insistiu que a estrutura montada foi “sofisticada”. Segundo ele, o dinheiro depositado passou por várias sociedades antes de chegar até as contas na Suíça. Zellweger insistiu que era difícil ver em muitas ocasiões que o dinheiro se referia a pessoas politicamente expostas. Mas ele mesmo admitiu que o sistema financeiro suíço precisa “fazer mais” para evitar tais situações. “Não temos um sistema 100% limpo. Mas nosso objetivo é o de minimizar os riscos”, disse.

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