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Ministério Público da Suíça encontra 5 milhões de dólares em contas do presidente da Câmara dos Deputados

Presidente da Câmara é suspeito de receber propina em contas em seu nome e de familiares na Europa. (Foto: Reprodução)

O Ministério Público na Suíça encontrou cerca de 5 milhões de dólares em contas controladas pelo presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha naquele país. No registro das contas o nome do próprio Eduardo Cunha, da mulher dele, Cláudia Cruz, e de uma de suas filhas aparecem como reais responsáveis pela movimentação financeira. As informações foram repassadas às autoridades brasileiras, que passarão a investigar crime de lavagem de dinheiro.

Após a Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmar que o presidente da Câmara e familiares dele têm contas bancárias na Suíça que são investigadas por autoridades do país europeu, o presidente da Câmara desistiu da viagem que faria a partir desta quinta-feira para a Itália. Fragilizado pelo aumento de denúncias contra ele por suspeita de participação no esquema da Petrobras, o parlamentar reagiu com ironia ao ser perguntado se estaria perdendo apoio à sua permanência na presidência da Casa.

— Eu não estou atrás de apoio, por que é que eu vou perder? — respondeu Cunha, em entrevista coletiva nesta tarde.

O presidente da Câmara negou-se novamente a comentar sobre o envio, pela Promotoria da Suíça, dos autos de investigação contra ele sob suspeita de lavagem de dinheiro e corrupção passiva, explicando que quem fala por ele é seu advogado. Indagado sobre as contas no exterior, Cunha não respondeu.

Os documentos sobre a investigação do Ministério Público da Suíça devem ser enviados ao Brasil até a próxima semana. Depois, o procurador-geral Rodrigo Janot deverá decidir se pede um novo inquérito sobre mais um caso de corrupção relacionado ao presidente da Câmara ou se apresenta imediatamente uma segunda denúncia contra Cunha.

Parte das suspeitas das autoridades suíças foram confirmadas pelo lobista João Augusto Rezende Henriques. Em depoimento à Polícia Federal em Curitiba, na sexta-feira passada, João Henriques disse que fez depósito numa conta que, mais tarde, ele descobriu pertencer a Cunha. (AG)

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