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Supermercados de seis Estados têm problemas de abastecimento por causa dos bloqueios realizados por caminhoneiros nas rodovias do País

Os supermercados estão com dificuldade de se abastecer principalmente de frutas, legumes e verduras, assim como dos produtos de açougue. (Foto: Fernanda Cruz/Agência Brasil)

Cerca de 70% dos supermercados dos Estados de São Paulo, do Mato Grosso, do Mato Grosso do Sul, de Minas Gerais, do Rio de Janeiro e de Santa Catarina estão começando a ter problemas de abastecimento em razão dos bloqueios realizados nas rodovias do país por caminhoneiros. Também estão enfrentando dificuldades lojas do Distrito Federal e da região norte do Pará. O levantamento é da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) com dados do final da tarde desta terça-feira (1º).

De acordo com a entidade, os supermercados estão com dificuldade de se abastecer principalmente de frutas, legumes e verduras, assim como dos produtos de açougue, peixaria, frios, e laticínios. Os supermercados de menor porte estão sendo os mais afetados.

“As lojas menores estão apresentando mais problemas porque elas têm uma capacidade menor de estocagem e também tem, basicamente, um abastecimento diário desses produtos”, destacou o vice-presidente da Abras, Marcio Milan, em entrevista coletiva.

Milan ressaltou, no entanto, que a situação tem apresentado melhora nas últimas horas. De acordo com ele, a entidade identificou nas rodovias do país, no final da manhã de hoje, 300 pontos de bloqueio no transporte de produtos que abastecem os supermercados. No final da tarde, o número havia caído para menos de 200.

“É um fator positivo e mostra uma tendência de melhora. Do final da manhã ao final da tarde, tivemos melhora de 100 pontos que estavam sendo travados e que foram destravados”, disse.

Omissão e demora

Diretores da Polícia Rodoviária Federal (PRF) negaram que o órgão tenha se omitido e demorado a agir para impedir que manifestantes interditassem o tráfego de veículos em trechos de algumas das principais rodovias federais do País.

Durante entrevista coletiva realizada nesta terça, em Brasília, seis dos diretores do órgão, além do corregedor-geral, Wendel Benevides Matos, disseram que foram surpreendidos com a velocidade com que as interdições e bloqueios se espalharam após o anúncio do resultado das eleições presidenciais.

A primeira interdição foi registrada no Mato Grosso do Sul, por volta das 21h15min do domingo – cerca de uma hora e meia após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ter anunciado que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estava matematicamente eleito.

“Após quatro horas, já eram 134 interdições, bloqueios e pontos de concentração. No dia 31, à noite, já eram 290 e, próximo a zero hora de hoje, já eram 421, o ápice do movimento”, narrou o diretor de Inteligência da PRF, Luís Carlos Reischak Júnior. No momento da coletiva, que começou por volta das 11h30, o órgão registrava 267 pontos de concentração, interdição e bloqueio e 306 pontos desobstruídos. As informações são da Agência Brasil.

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