Nos últimos dias, os advogados mais importantes do País lotaram o plenário das sessões da 5ª Turma do STJ (Superior Tribunal de Justiça) na expectativa de que o recém-empossado ministro Marcelo Navarro Ribeiro Dantas, que assumiu a relatoria dos processos da Operação Lava-Jato, convencesse os demais colegas de que existem argumentos capazes de interromper os quase cinco meses de cadeia de figurões como o ex-presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e de permitir que os executivos das maiores empreiteiras do Brasil passem o Natal em casa.
Na última semana, ouviram do próprio Dantas, ministro apadrinhado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o diagnóstico de que as prisões no maior escândalo de corrupção do País representavam um “julgamento de exceção”. Desde então, conforme revelou a revista Veja, cada ministro que julgaria os casos da Lava-Jato passou a estar sob a maior pressão de suas carreiras, com ameaças de dossiês e promessas de boicotes em indicações.
O voto de Dantas deu esperanças de que o STJ iria liberar em massa empreiteiros da Lava-Jato presos desde junho. O entendimento do relator, contrário às evidências colhidas pela força-tarefa, era o de que personagens do escândalo do petrolão poderiam ser colocados em liberdade por não haver risco de cometerem crimes e nem de continuarem a atuar no esquema de fraudes.
