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Suspeita de fraude no novo plano de saúde dos Correios faz paciente ficar sem cirurgia

Operação foi realizada em Brasília (Foto: Jackson Ciceri/O Sul)

Com preço 40% maior que o de outra concorrente, uma empresa do Rio de Janeiro foi a vencedora de uma licitação realizada pelo plano de saúde dos Correios para o fornecimento de placas, brocas e parafusos que seriam usados em uma cirurgia de correção de ossos da face de uma funcionária da estatal. Esta não é a primeira suspeita de fraude envolvendo a operação da paciente.

A primeira foi descoberta pela auditoria interna do Correios, em 2013, quando o material solicitado por um cirurgião foi cotado em 384 mil reais. No ano seguinte, a estatal mudou a administração do seu plano de saúde e o cirurgião também foi substituído, mas as fraudes permanecem. E a paciente segue sem o tratamento para se livrar das dores na face.

Documentos mostram que a cotação realizada por empresa terceirizada pelo Postal Saúde, em setembro do ano passado, foi marcada por fatos inusitados. O fornecedor que venceu a licitação não foi o que enviou a menor cotação, que, primeiro, foi de 47 mil reais. Mas a ordem de fornecimento emitida é dada com o valor de 64 mil reais. Uma outra empresa que participou do processo enviou cotação de 60 mil reais.

A prestadora de serviços alegou que a cotação não foi concluída, “uma vez que o procedimento cirúrgico pretendido não foi realizado”. Enquanto isso, há três anos o ex-carteiro Aluísio José Rodrigues, 47 anos, espera pela operação que o possibilitará voltar a abrir a boca. (AG)

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