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Suspeitos de fraudarem reconhecimento facial de contas de plataformas do governo federal são presos pela Polícia Federal

Segundo as investigações, os criminosos usavam técnicas avançadas de alteração facial para burlar sistemas de autenticação biométrica. (Foto: PF/Divulgação)

A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã dessa terça-feira (13), uma operação contra um grupo suspeito de fraudar contas digitais vinculadas à plataforma gov.br. Segundo as investigações, os criminosos usavam técnicas avançadas de alteração facial para burlar sistemas de autenticação biométrica.

A PF aponta que os suspeitos simulavam traços faciais de terceiros para acessar as contas digitais das vítimas. Dessa forma, eles conseguiam ter acesso a serviços públicos e informações pessoais, de acordo com os investigadores.

Os agentes foram mobilizados para o cumprimento de cinco mandados de prisão temporária. Até o começo da noite, três pessoas haviam sido presas e duas eram consideradas foragidas.

A operação, que foi deflagrada em nove Estados, foi mobilizada para o cumprimento de cinco mandados de prisão temporária e 16 mandados de busca e apreensão. Os Estados alvos são: São Paulo, Minas Gerais, Ceará, Paraíba, Mato Grosso, Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro e Tocantins.

Segundo a Polícia Federal, os suspeitos utilizavam técnicas de alteração facial para enganar a ferramenta “liveness”, usada para verificar se a imagem capturada é de uma pessoa real e viva. Dessa forma, o grupo conseguia simular traços faciais de terceiros e acessar contas digitais no gov.br, obtendo acesso a informações pessoais e serviços públicos.

O grupo atuava em duas frentes principais:

– Contas de pessoas falecidas: Violavam contas para acessar valores a receber do Banco Central.

– Contas de pessoas vivas: Acessavam valores do Banco Central e autorizavam consignações no aplicativo “Meu INSS”.

Os envolvidos podem responder por invasão de dispositivo informático qualificada e associação criminosa. A operação tem como objetivo desarticular o esquema e identificar outros possíveis integrantes da quadrilha.

Três mil contas acessadas

O delegado Isalino Giacomet, chefe da Divisão de Investigação e Operações Especiais (DIOE), da Polícia Federal, informou que a investigação começou depois que o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos identificou a invasão de seis contas gov.br e denunciou à PF.

De acordo com ele, após análise de dados a estimativa agora é que ao menos três mil contas gov.br tenham sido acessadas pelos criminosos. Esse número, porém, pode ser maior, diz o delegado.

“Com a apreensão de equipamentos como computadores e celulares dos investigados, a Polícia Federal quer descobrir a extensão da fraude provocada pelo grupo, inclusive o possível uso de dados de usuários e do acesso ao gov.br para contrair empréstimos consignados”, aponta a PF.

O delegado Flávio Maselli Lemes, responsável pela operação desta terça, diz que não há indícios da participação de servidores públicos na fraude. Segundo ele, o sistema de segurança da plataforma gov.br inclui a checagem de informações dos usuários junto ao banco de dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e das carteiras de habilitação, incluindo fotos.

“Além disso, o sistema de biometria do portal conta com uma ferramenta chamada de ‘liveness’ que identifica se o rosto filmado na câmera no momento do acesso é mesmo de uma pessoa real, e não uma foto, por exemplo, e se ela está viva”, diz o delegado.

As investigações apontam que os suspeitos usaram ferramentas que geraram imagens que enganaram o sistema de segurança da plataforma gov.br, inclusive o “liveness”.

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