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Tablet e smartphones estão acabando com os demais computadores

Companhia oferece para o mercado corporativo soluções que atuam protegendo além do perímetro de redes, aplicações na nuvem e dispositivos (móveis, desktops e laptops). Novos serviços fazem parte da estratégia de oferecer soluções de TICs que ajudem as empresas durante a jornada da transformação digital. Crédito: Reprodução

Mudança de hábito, grandes redes engolindo pequenos negócios e recessão provocaram uma queda forte no número de lojas de equipamentos de informática. São 18,4 mil lojas a menos nesse ramo em um ano, recuo de 10,3%, mais intenso que no varejo em geral, que foi de 7,2%, com o fechamento de 144 mil lojas, de acordo com levantamento da CNC (Confederação Nacional do Comércio). Foi a primeira redução no número de lojas desde 2005. As famílias estão deixando de lado os microcomputadores e adotando tablets e smartphones, o que afeta diretamente o setor.

As vendas cresciam mais de 30% em 2006, e a expansão de dois dígitos se manteve até 2011. Depois, as altas foram ficando tímidas, até que em 2014, as vendas começaram a cair (1,7%). E não foi culpa da alta do dólar, pois a inflação do setor ficou menor. O preço do computador caiu 5% no ano passado. “Houve mudança no padrão de consumo – trocaram o computador por outro tipo de aparelho –, e na estrutura desse varejo: grandes redes abocanharam os pequenos que não conseguiram sobreviver diante da concorrência e da mudança de hábito”, explicou o economista Fabio Bentes.

Movimento de troca.

O movimento de troca dos desktops pelos computadores de mão apareceu na Pnad-2014 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios). A inclusão digital pelo computador de mesa estacionou. A proporção de lares munidos de computador ligado à internet parou em 42%. O aparelho que invadiu as casas nos últimos dez anos (em 2004 apenas 12% dos lares tinham computador ligado à internet) deixou de ser vedete. A participação dos desktops na produção total de computadores (mesa, notebooks e tablets) caiu de 35% em 2012 para 20,1% em 2014. E a de tablets cresceu de 17,4% para 47,8%.

“O que eu vejo é uma mudança no mercado, que afeta tanto os consumidores quanto os dispositivos que usamos para acessar a internet e os serviços que ela oferece. Há pouco tempo, era comum comprar ou baixar músicas e filmes para os computadores e ouvir a partir das cópias armazenadas. Hoje, serviços de streaming oferecem essa facilidade sem precisar armazenar o conteúdo. O mesmo acontece com arquivos de texto, planilhas e fotos, que podem ser guardados na nuvem. Isso abre a possibilidade de termos equipamentos mais leves e portáteis, independentes de fontes de energia, e baratos”, avalia Luiz Moncau, pesquisador e cogestor do Centro de Tecnologia e Sociedade da Fundação Getulio Vargas.

Caminho sem volta.
Para o vice-presidente de Comunicação e Marketing da Assespro (Federação das Associações das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação), Gerino Xavier, a migração para os aparelhos sem fio é sem volta: “Os tablets e smartphones proporcionam o conforto da mobilidade e da funcionalidade, pois fazem tudo o que um computador ou notebook faz e ainda permitem a comunicação gratuita pelo WhatsApp, tirar fotos e gravar vídeos. São mais leves e cabem no bolso”. Além disso, explica, pesa o fator custo-benefício. Um smartphone pode custar um terço de um notebook. “O smartphone já ganhou ares de escova de dentes: cada um tem o seu e não se empresta para ninguém”, compara Xavier.

Na avaliação do diretor executivo da Abradisti (Associação Brasileira dos Distribuidores de Tecnologia da Informação), Mariano Gordinho, o computador de mesa envelheceu: “A tendência é cada vez mais usarmos o smartphone. Por centavos ou sem custo algum você baixa aplicativos que, em seu computador, teria de pagar a licença para usar”. O próximo aparelho que deve ganhar mercado, diz, é um híbrido de smartphone e tablet que já chegou ao Brasil: o phablet. Ele reúne recursos dos dois e tem tela maior do que um smartphone convencional. (AG)

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