Teve início na manhã desta quarta-feira (23), o julgamento do bancário Ricardo José Neis, que atropelou um grupo de ciclistas em Porto Alegre em fevereiro de 2011. O júri, que tem previsão de duração de dois dias, acontece na 1ª Vara do Tribunal Júri de Porto Alegre, no Foro Central. Neis responde por 11 tentativas de homicídio triplamente qualificado (motivo fútil, perigo comum e recurso que dificultou a defesa dos ofendidos) e por cinco crimes de lesão corporal.
Em 2011, Ricardo Neis acelerou seu carro, no bairro Cidade Baixa, contra um grupo de ciclistas que participava de um evento para promover o uso da bicicleta como meio de transporte cotidiano.
“Esperamos que os jurados entendam a importância de se dar uma resposta adequada com relação ao caso, que teve repercussão mundial, mostrando que Porto Alegre tem civilidade. Não podemos admitir que alguém entenda que carros são armas e que as pessoas não têm valor”, disse a promotora de Justiça Lúcia Helena Callegari, que atua no júri juntamente com o promotor Eugênio Paes Amorim.
Caso
O fato, que ganhou repercussão internacional, ocorreu em 25 de fevereiro de 2011, por volta das 19h. Dezessete ciclistas do movimento “Massa Crítica”, que costuma pedalar pelas ruas de Porto Alegre divulgando a bicicleta como meio de transporte, foram atingidos pelo automóvel Golf dirigido pelo bancário Ricardo José Neis. Ele teria ficado irritado por ter a passagem bloqueada pelo grupo e avançou com o carro para cima dos ciclistas.
A prisão preventiva de Neis foi decretada em 2 de março de 2011, sendo concedida liberdade provisória em 7 de abril do mesmo ano. Após ser pronunciado (sentença que determina que o acusado seja julgado pelo Tribunal do Júri), em 14 de junho de 2012, o réu recorreu ao Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, que manteve o julgamento popular.
A defesa do bancário recorreu ao Superior Tribunal de Justiça. O recurso permaneceu na instância superior por um ano e meio. Em 2015, o processo retornou à 1ª Vara do Júri de Porto Alegre, tendo sido realizada uma série de diligências, a pedido do Ministério Público e da defesa de Neis.
Em fevereiro deste ano, por ser considerado de relevância social, o processo passou a ser acompanhado pelo Conselho Nacional de Justiça e pela Corregedoria-Geral da Justiça do Rio Grande do Sul.
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