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“Tem ministros que não são trocáveis”, diz Lula sobre permanência de Nísia Trindade na Saúde

Lula já fez outras defesas públicas da manutenção de Nísia no Ministério da Saúde diante das insinuações de que a pasta estaria em jogo. (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou, nesta sexta-feira (14), a permanência de Nísia Trindade no Ministério da Saúde. A declaração vem num momento em que os partidos do centrão estão pressionando o governo por indicações nos ministérios em troca do apoio nas pautas do Executivo no Congresso.

“Eu tenho muito orgulho de ter escolhido a Nísia como ministra da Saúde. Eu disse para a Nísia já publicamente, tem ministros que não são trocáveis. Têm pessoas e têm funções que são uma coisa da escolha pessoal do presidente da República”, afirmou Lula.

“Eu já disse publicamente: a Nísia não é ministra do Brasil, ela é minha ministra e, portanto, ela tem uma função a cumprir e ela sabe que a única perspectiva que ela tem de sair é se ela não cumprir a função correta dela. Ela sabe. Isso vale para mim e vale para todo mundo”, reforçou Lula.

As declarações foram feitas durante o evento em que Lula sancionou a lei que relança o programa Mais Médicos.

Originalmente lançado em 2013, durante o governo de Dilma Rousseff (PT), o programa recebeu muitas críticas da oposição e for reformulado durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), quando ganhou o nome de Médicos Pelo Brasil.

O “novo” Mais Médicos prevê, dentre outras alterações, o pagamento direto aos médicos, o abatimento da dívida do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) daqueles que tiverem cumpridos a residência de Medicina de Família e Comunidade e a incorporação de benefícios como licença-maternidade, licença-paternidade e afastamento por até seis meses devido violência doméstica.

Lula já fez outras defesas públicas da manutenção de Nísia no Ministério da Saúde diante das insinuações de que a pasta estaria em jogo. No último dia 5, o presidente disse que a ministra ficará no cargo até quando ele quiser.

“Eu tinha visto uma nota, uma pequena nota no jornal de que tinha alguém reivindicando o Ministério da Saúde. Eu fiz questão de ligar para a Nísia, porque eu ia viajar para fora do Brasil. Eu disse: ‘Nísia, vá dormir e acorde tranquila, porque o Ministério da Saúde é do Lula, foi escolhido por mim e você ficará até quando eu quiser’”, afirmou o presidente à época.

Essas declarações de Lula são uma resposta para a pressão que vem crescendo nas últimas semanas de partidos do centrão sob o governo Lula em busca de mais espaço e os ministérios chefiados por mulheres têm sido os alvos mais frequentes.

A pasta é cobiçada por ter um dos maiores orçamentos da Esplanada. Só em 2023, há cerca de R$ 190 bilhões autorizados para o ministério, sem contar os bilhões que devem ser liberados em emendas parlamentares.

Além da Saúde, o centrão quer o controle do Ministério do Esporte, chefiado atualmente pela ex-jogadora de vôlei Ana Moser, e a presidência da Caixa Econômica Federal, cargo que é ocupado pela funcionária de carreira do banco Rita Serrano.

Sobre essas especulações de troca nos ministérios e autarquias, Lula ironizou. “O Congresso Nacional está em férias e todo dia eu leio nos jornais a troca de ministro. Eu já troquei todo mundo, só falta eu mesmo me trocar, só falta eu anunciar a minha saída e colocar alguém no meu lugar”, afirmou o presidente.

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