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“Tem que deixar de ser um País de maricas”, diz Bolsonaro sobre Covid-19, durante evento para estimular o turismo

Bolsonaro no lançamento do projeto de retomada do setor turístico. (Foto: Isac Nóbrega/PR)

O governo federal lançou nesta terça-feira (10) um pacote de medidas para estimular o turismo no País. Segundo o Palácio do Planalto, o conjunto de medidas busca acelerar a recuperação do setor e reduzir o impacto socioeconômico da Covid-19 após a paralisação das atividades turísticas. Durante o evento, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o Brasil “tem que deixar de ser um País de maricas” e enfrentar a doença.

“Tudo agora é pandemia, tem que acabar com esse negócio, pô. Lamento os mortos, lamento. Todos nós vamos morrer um dia, aqui todo mundo vai morrer. Não adianta fugir disso, fugir da realidade. Tem que deixar de ser um País de maricas. Olha que prato cheio para a imprensa, para a urubuzada que está ali atrás”, afirmou, apontando para jornalistas.

“Aqui começam a amedrontar povo brasileiro com segunda onda. Tem que enfrentar, é a vida”, afirmou o presidente. “Temos que enfrentar, (ter) peito aberto, lutar”, acrescentou Bolsonaro.

O presidente voltou a criticar decisões de prefeitos e governadores de restringir atividades no período mais crítico da pandemia no Brasil e comparou as medidas a “coisa de ditadura”. “Algemar mulher de biquíni na praia é covardia, patifaria, coisa de ditadura. E me chamam de ditador”, afirmou.

Pacote de medidas

Chamado de Retomada do Turismo, o conjunto de ações tem iniciativas organizadas em quatro eixos: preservação de empresas e empregos no setor de turismo; melhoria da estrutura e da qualificação de destinos; implantação dos protocolos de biossegurança; e promoção e incentivo às viagens.

A expectativa do governo é ter resultados efetivos até 31 de julho do próximo ano. O valor destinado e o detalhamento de cada uma das medidas ainda não foi divulgado.

As ações vão desde o reforço na concessão de linhas de crédito para capitalizar empresas do setor e preservar empregos até realização de obras de melhoria da infraestrutura dos destinos turísticos.

Também estão previstas ações de qualificação dos trabalhadores e prestadores de serviços, tanto na oferta de cursos para a adoção dos protocolos sanitários que garantam segurança para turistas e trabalhadores do segmento quanto para melhoria de atendimento.

As iniciativas serão compartilhadas entre setores público e privado, terceiro setor e Sistema S. Entre as atividades desenvolvidas pelos órgãos públicos, entidades do terceiro setor e Sistema S estão o incentivo à adoção do selo Turismo Responsável e aos demais protocolos de biossegurança contra a Covid-19 pelos prestadores de serviços turísticos, turistas e comunidades receptoras, bem como a difusão de informações sobre linhas de crédito disponíveis, por meio do Fungetur (Fundo Geral do Turismo).

“À você turista, nós podemos afirmar que o turismo brasileiro está preparado para recebê-lo. Procure os estabelecimentos que têm o selo do Turismo Responsável, são mais de 23 mil estabelecimentos em todo o Brasil, obedecendo todos os protocolos de biossegurança”, afirmou o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, durante o lançamento do programa.

Redescubra o Brasil

Para promover a Retomada do Turismo, também foi lançada a campanha Viaje com Responsabilidade e Redescubra o Brasil, com uma série de vídeos voltada à promoção dos destinos turísticos brasileiros. Serão veiculados conteúdos específicos de cada Estado do País, além do Distrito Federal.

O setor de turismo responde por cerca de 8,1% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no País) e emprega cerca de 7 milhões de pessoas direta e indiretamente no Brasil.

No primeiro semestre de 2020, na comparação com o mesmo período do ano passado, a receita cambial turística acumulou queda de 37,2%; o saldo entre contratações e demissões na economia do setor foi negativo em 364.044 postos de trabalho formais; e o faturamento das atividades turísticas, medido pela Pesquisa Mensal de Serviços do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), teve retração de 37,9%.

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