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“Teremos agenda para aparar arestas”, diz ministro da Fazenda sobre relação com os Estados Unidos

Haddad espera que, daqui para frente, os dois países consigam discutir sobre uma revisão das tarifas e seguir no caminho da cooperação regional. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta sexta-feira (9), que ele e o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, tiveram uma conversa franca durante reunião, em que fez chegar ao americano a apreensão não só do Brasil, mas também de toda a América do Sul com as tarifas que o governo de Donald Trump está impondo à região, uma das poucas no mundo que tem déficit com os EUA.

De acordo com Haddad, lhe parece que Bessent compreendeu a situação e que teria entendido não ser justo taxar o comprador. “Abordamos todos os temas, os mais delicados e quero crer que temos uma agenda de trabalho daqui para frente para aparar arestas e seguir no caminho da cooperação regional”, disse Haddad.

Durante evento na B3, na capital paulista, Haddad também falou sobre o Banco Central e a decisão de elevar os juros no País. Segundo ele, o mandato da autoridade monetária é controlar a inflação. Ele fez a afirmação ao ser perguntado sobre se o BC poderia começar a flexibilizar a política monetária caso a guerra tarifária lançada pelos Estados Unidos tenha efeito desinflacionário para o mundo e, em particular, para o Brasil.

“Tivemos um ano difícil no mundo, com turbulências causadas por países mais ricos. Tenho conversado com meus pares e todo mundo tem sofrido os efeitos dessa turbulência. Cada um está enfrentando à sua maneira”, disse acrescentando que o Brasil está bem posicionado para lidar com a situação.

“Vamos continuar crescendo, a gerar emprego, e vamos trazer a inflação para dentro da meta, mas gerando oportunidade de trabalho e renda no Brasil. Entendo que as pessoas estejam apreensivas com o que está acontecendo no mundo, mas estamos bem posicionados para isso. Estamos com diálogo com União Europeia, Sudeste Asiático e com os EUA desde meu encontro com o secretário do Tesouro (Scott Bessent)”, disse.

IPCA

O ministro da Fazenda disse que está mais confiante do que o mercado na queda da inflação, após o IPCA, divulgado nesta sexta-feira, mostrar alta nos preços de 0,43% em abril, praticamente em linha com as previsões dos economistas.

“O IPCA está em linha com o que estava projetado. Estou confiante que vamos terminar o ano um pouquinho melhor do que as previsões. E o ano que vem, numa situação mais confortável”, disse o ministro.

Em relação às projeções de mercado, divulgadas no boletim Focus, Haddad disse que está “mais confiante” no arrefecimento da inflação até o fim do ano.

(Com informações do jornal O Estado de S.Paulo)

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