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Tesouro Nacional afirma que ampliar a faixa de isenção do Imposto de Renda favorece quem ganha mais

Os quatro primeiros lotes do IRPF deste ano foram pagos em 31 de maio, 30 de junho, 29 de julho e 31 de agosto. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O aumento da faixa de isenção do IRPF (Imposto de Renda Pessoa Física), uma das propostas que a equipe econômica do governo discute para a reforma tributária, pode se tornar uma medida regressiva e agravar a distribuição de renda no Brasil, segundo avaliação da Secretaria do Tesouro Nacional.

Na semana passada, o assessor especial do Ministério da Economia, Guilherme Afif Domingos, afirmou que o governo vai propor o aumento da faixa de isenção do IRPF dos atuais R$ 1.903,99 por mês para cerca de R$ 3 mil.

Na avaliação do Tesouro, os principais beneficiários do aumento da faixa de isenção seriam os que ganham mais de R$ 1.951 por mês – 20% da população. Esses passariam a pagar menos Imposto de Renda, dinheiro que o governo utiliza para financiamento de programas sociais e custeio da máquina pública.

“Alterações sobre o Imposto de Renda podem ser progressivas ou regressivas. Rever isenções sobre o IRPF é exemplo de medida progressiva e reduz distorções. Por outro lado, o aumento da faixa de isenção do IRPF é, sim, uma medida regressiva, ou seja, tende a piorar a distribuição de renda ao favorecer as parcelas mais ricas da população. O resultado líquido dessas duas medidas depende do desenho da reforma tributária que venha a ser feita”, afirmou o Tesouro Nacional.

Na quarta-feira (05), em audiência pública na comissão da reforma tributária, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que ampliar a faixa de isenção de cerca de R$ 1,9 mil para R$ 3 mil geraria uma perda de arrecadação de R$ 22 bilhões por ano.

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