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Teste desenvolvido na Unicamp usa inteligência artificial para diagnosticar o coronavírus

O País acrescentou às estatísticas 34.387 novos diagnósticos em 24 horas. (Foto: EBC)

Um teste elaborado por pesquisadores da Unicamp, em Campinas (SP), usa inteligência artificial para diagnosticar casos de covid-19. A tecnologia que vem sendo desenvolvida há vários anos pelo grupo foi direcionada para o enfrentamento da pandemia e consiste na detecção de grupos de moléculas no sangue que confirmam a infecção, bem como podem indicar a possibilidade do paciente desenvolver a forma grave da doença.

Para chegar ao resultado, os pesquisadores coletaram ao longo do último ano amostras de 1 mil pessoas que tiveram covid-19 e de outras 1 mil que desenvolveram outras patologias, mas não foram infectadas pelo coronavírus. As análises identificaram um grupo de 40 moléculas presentes apenas nas pessoas que desenvolveram a doença.

E é justamente um sistema de inteligência artificial, acoplado a um espectrômetro de massa, presente em diversos laboratórios pelo País, que permite a identificação, em poucos segundos, se a pessoa está ou não com covid, e se há moléculas associadas a casos mais graves da doença.

“Nosso grupo é pioneiro nessa junção entre esse equipamento e a inteligência artificial. Desde uns cinco há sete anos, a gente vem trabalhando com essa junção. Sendo que neste momento, que veio a pandemia, a gente estava pronto para aliar tudo o que tinha de informação e experiência na área para montarmos um software de inteligência artificial aliado ao espectrômetro de massa, criando um teste de covid que também forneça a informação de gravidade”, explica Rodrigo Ramos Catharino, professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Unicamp.

“São solventes simples. Com álcool, água e o sangue da pessoa, já conseguimos preparar a amostra para colocar no espectrômetro de massa”, explica.

Próximos passos

Antes que o teste esteja disponível para uso nas redes de saúde é preciso que o modelo passe por uma validação, o que vai ocorrer a partir de agora em um laboratório parceiro em Santa Catarina.

Se os resultados obtidos demonstrarem a mesma confiabilidade registrada nas pesquisas, os cientistas acreditam que a tecnologia possa ser colocada em uso até o final do ano.

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