O ministro Aloizio Mercadante, da Educação, alvo de gravação telefônica clandestina por um assessor do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS), só subiu ao pódio ministerial com a presidenta Dilma Rousseff. Primeiro na Ciência e Tecnologia, quando se doutorou, depois na Educação, na Casa Civil e agora novamente na Educação. Ainda está para ser contada a história verdadeira de como Mercadante conquistou a presidenta da República, e aos poucos firmou-se como integrante do chamado “núcleo duro”. Nunca engoliu ter que voltar à pasta da Educação, mas era o que tinha para aquele momento.
Na terça-feira passada, quando a gravação clandestina do assessor de Delcídio do Amaral veio à luz, Mercadante disse à presidenta, convicto e com a prova na mão, que a publicação da conversa fora editada, com a supressão de vários trechos que alteravam o contexto. A prova era a íntegra da gravação, que rapidamente obtivera. Um dos trechos omitidos, que o ministro frisou, como carimbo de inocência, foi a frase “Não tô nem aí se vai delatar, não vai delatar, não tô nem ai”.
A presidenta Dilma entendeu que o ministro não tinha culpa no cartório, não de todo aquele tamanho, pelo menos. Esperou, como acertado, que ele fosse fortemente assertivo, na coletiva da terça-feira à tarde, na denúncia da edição tortuosa (que só em uma segunda versão acrescentaria os trechos suprimidos). (AE)
