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“Tomo a pílula do câncer desde 2005”, diz pesquisador

A fosfoetanolamina sintética, a chamada "pílula do câncer", está gerando um debate no País (Foto: AG)

Doutor em biotecnologia, o pesquisador Marcos Vinícius de Almeida é um dos detentores da patente da fosfoetanolamina sintética, a “pílula do câncer”, que voltou aos holofotes após o Senado aprovar o projeto de lei que libera o uso da substância. Desenvolvida pelo professor aposentado Gilberto Chierice, do Instituto de Química da USP (Universidade de São Paulo), a substância não tem autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para ser usada como medicamento e também não foi ainda testada em seres humanos.

Professor da Universidade Municipal de São Caetano do Sul, Almeida afirmou que também toma a substância, mas não contra o câncer. Disse ainda que realizará estudos e que não descarta a possibilidade de o grupo detentor lançá-la como um suplemento, caso não seja liberada como medicamento.

Para ele, a notícia da liberação da fosfoetanolamina pelo Senado foi uma surpresa. “A gente não esperava que a aprovação fosse se dar com facilidade, uma vez que tinha de ter a aprovação da Anvisa como medicamento e com a divulgação do relatório que foi lançado pelo MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação)”, disse.

Almeida esclareceu ainda que o relatório do MCTI não apontou resultados positivos nos testes in vitro, pois a fosfoetanolamina não apresentou atividade anticancerígena. “Nesse resultado, já esperava que algo pudesse vir com algum viés de informação, que foi o que aconteceu com as dosagens que eles usaram”, completou.

Por fim, o pesquisador afirmou que acredita que a presidenta Dilma vetará o projeto. “É quase certo isso. Ela não sanciona”, concluiu. (AE)

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