O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi preso na manhã de sábado (22), em Brasília. O pedido de prisão preventiva foi solicitado pela PF (Polícia Federal) e autorizado pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
Em sua decisão, o magistrado apontou que Bolsonaro tentou romper a tornozeleira eletrônica que utiliza desde agosto para “garantir êxito em sua fuga”. Segundo o ministro do Supremo, o ex-mandatário tentou romper o equipamento por volta da meia-noite de hoje.
A prisão de Bolsonaro é uma medida preventiva. Ainda não houve execução da pena de 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado contra o ex-chefe do Planalto.
A Primeira Turma do STF deve analisar na próxima segunda-feira (24), entre 8h e 20h, a decisão que autorizou a prisão preventiva de Bolsonaro.
Vigília convocada por Flávio é citada em decisão
Uma vigília convocada pelo primogênito do ex-presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), em frente ao condomínio do pai na sexta-feira (21), também é mencionada na decisão de Moraes.
Em um vídeo publicado nas redes sociais, Flávio afirmou que o encontro seria “pela saúde de Bolsonaro e pela liberdade do Brasil”.
No entanto, Moraes argumenta que “embora a convocação de manifestantes esteja disfarçada de ‘vigília’ para saúde do réu Jair Messias Bolsonaro, a conduta ilícita indica a repetição do modus operandi da organização criminosa liderada pelo referido réu, no sentido da utilização de manifestações populares criminosas, com o objetivo de conseguir vantagens pessoais”.
Risco de fuga
No documento que autorizou a prisão de Bolsonaro, Moraes menciona os casos dos deputados federais Alexandre Ramagem (PL-RJ) e Carla Zambelli (PL-SP), que deixaram o país após serem condenados pela Suprema Corte.
Ramagem foi condenado a 16 anos, um mês e 15 dias de prisão por participar da trama golpista após as eleições de 2022. O parlamentar encontra-se em Miami, nos Estados Unidos, e teve a prisão decretada por Moraes.
Já Zambelli foi condenada a dez anos de prisão por invasão dos sistemas do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e inserção de documentos falsos. A deputada passou pelos Estados Unidos antes de chegar à Itália, onde foi presa. Ela aguarda os trâmites para ser extraditada.
Embaixadas
Por fim, Moraes menciona a proximidade da residência de Bolsonaro ao Setor de Embaixadas Sul, onde está localizada a embaixada dos Estados Unidos.
“Importante destacar, ainda, que o condomínio do réu está localizado a cerca de 13 km (treze quilômetros) do Setor de Embaixadas Sul de Brasília/DF, onde fica localizada a embaixada dos Estados Unidos da América, em uma distância que pode ser percorrida em cerca de 15 (quinze) minutos de carro. Rememoro que o réu, conforme apurado nestes autos, planejou, durante a investigação que posteriormente resultou na sua condenação, a fuga para a embaixada da Argentina, por meio de solicitação de asilo político àquele país”, aponta Moraes. Com informações do portal CNN.
