A tragédia da barragem do Fundão, em Mariana, completou cinco anos nesta quinta-feira (5). A lama de resíduos causou a morte de 19 pessoas e uma série de impactos ambientais, sociais e econômicos, atingindo 39 municípios de Minas Gerais e Espírito Santo.
Para os procuradores, a Fundação Renova, criada para reparar os danos do rompimento dessa barragem, está demorando para tirar do papel os 42 programas previstos no Termo de Transação e Ajustamento de Conduta para minimizar os efeitos da devastação do mar de lama que se espalhou por 670 quilômetros.
Até agosto de 2020, segundo o MPF, apenas 34% das famílias cadastradas como afetadas pela lama em Mariana receberam a indenização.
Além da demora da compensação, o coordenador substituto da Força Tarefa do Ministério Público, o procurador Eduardo Henrique Aguiar, lamenta a demora na entrega de novas casas para os atingidos pelo rompimento.
O presidente da Fundação Renova, André de Freitas, garante que as indenizações podem aumentar, depois que a 12ª Vara Federal de Justiça determinou a flexibilização dos critérios para o recebimento.
Quanto às casas, André de Freitas informou que a fundação entregou duas, 37 estão em construção e quatro deverão ser entregues até o final deste ano. Esse também é o prazo, segundo ele, para concluir 95% das obras de infraestrutura no novo distrito de Bento Rodrigues.
Enquanto essas obras não são concluídas, moradores que perderam tudo no mar de lama que tomou conta da região, vivem em casas alugadas e das lembranças do passado.