Um trem de alta velocidade que saiu de Paris em direção a Nice, no sul da França, fez uma parada imprevista para um passageiro que se recusava a usar máscara de prevenção contra o novo coronavírus descer.
O incidente aconteceu na tarde de domingo (16). O trem não tinha parada prevista antes de Marselha, mas parou em uma estação em Creusot, na região da Borgonha.
Quando o trem voltou a se deslocar, o condutor explicou o que havia acontecido de acordo com uma passageira que conversou com o jornal francês “Le Parisien”.
A companhia ferroviária da SNCF explicou que a determinação de deixar o trem é possível em caso de “perturbação da ordem pública ou de comprometimento da segurança das pessoas”. Como o uso de máscaras é obrigatório nos transportes coletivos no país desde maio, o passageiro ainda recebeu uma multa de 135 euros (R$ 880).
O diretor da companhia, Alain Krakovitch, lamentou que os agentes de segurança tenham sido obrigados a tomar essa atitude. “Uma pena chegar a esse ponto, mas a saúde e segurança de todos é a nossa prioridade”, afirmou no Twitter.
Reação dos passageiros
A recusa em colocar a máscara provocou a reação de outros passageiros. No Twitter, uma passageira contou o ocorrido e fez um comentário irônico.
“Morta de Rir. O meu TGV [sigla para trem de alta velocidade em francês] fez uma parada excepcional no meio do nada par colocar para fora um cara que não queria usar máscara”, contou.
“Bravo, senhor, que provou aos dois controladores e ao seu vizinho de poltrona que tem uma verdadeira alma rebelde. Bom retorno a sua casa e aproveite o país do bourguignon. Beijo.”
O país já registrou mais de 256 mil casos de infecção pelo novo coronavírus e 30,4 mil mortes, de acordo com a universidade Johns Hopkins.
Viajantes
O agravamento da epidemia de covid-19 pode aumentar o número de países que aplicam restrições à entrada de viajantes da França, como o Reino Unido, que impôs uma quarentena de 14 dias no sábado (15).
A decisão britânica gerou uma onda de retorno de milhares de turistas britânicos que se precipitaram para comprar as últimas passagens disponíveis na sexta-feira para trens Eurostar, comboios Eurotunnel ferroviários, balsas de Calais e aviões.
Provocou também uma reação de descontentamento do governo francês, que em nota do Itamaraty lamentou a aplicação da quarentena a viajantes da França e reiterou que “vai impor rapidamente medidas de reciprocidade”.
No curto prazo, a decisão britânica vai prejudicar o setor de turismo francês, que ficará privado pelo resto do verão de boa parte dos visitantes britânicos. Quando foi anunciada a quarentena, havia cerca de 160.000 turistas do Reino Unido na França.
Antes da crise gerada pela covid-19, eles eram a segunda clientela estrangeira com maiores gastos na França, só ficavam atrás dos belgas – quase 12 milhões visitaram a França em 2019.
A Bélgica, inclusive, já recomenda que pessoas que chegam da França fiquem em quarentena e façam o teste de covid-19. As informações são do portal de notícias G1 e da agência de notícias Efe.
