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Trump diz ser difícil pedir que Israel interrompa ataques contra o Irã

Presidente dos EUA minimizou esforços europeus para se envolver diplomaticamente com o Teerã. (Foto: Reprodução)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nessa sexta-feira (20) que seria difícil para ele solicitar que Israel interrompa os ataques aéreos no Irã, mesmo enquanto busca uma solução diplomática para encerrar o conflito.

“Acho que é muito difícil fazer esse pedido agora se alguém estiver ganhando”, disse o presidente a repórteres em Nova Jersey, onde participará de um evento de arrecadação de fundos em seu campo de golfe.

“É um pouco mais difícil de fazer do que se alguém estiver perdendo. Mas estamos prontos, dispostos e capazes. E temos conversado com o Irã e veremos o que acontece”, continuou o presidente.

Depois, Trump repetiu que seria difícil solicitar a Israel que interrompa seus ataques, dados os sucessos alcançados até o momento.

“É muito difícil parar, quando você analisa a situação — Israel está se saindo bem em termos de guerra”, disse ele. “Acho que se poderia dizer que o Irã está se saindo pior, é um pouco difícil fazer alguém parar.”

Europeus de fora

O líder americano descartou as chances de a Europa fazer a diferença nas negociações, dizendo que as conversas entre diplomatas do Reino Unido, França, Alemanha e UE e o ministro das Relações Exteriores de Teerã “não ajudaram”.

“O Irã não quer falar com a Europa, eles querem falar conosco”, disse Trump a repórteres ao chegar a Morristown, Nova Jersey.

Ele também indicou que seu prazo de duas semanas para uma tomada de decisão sobre o envolvimento militar dos EUA é o “máximo” que poderia dar, e que ele poderia se decidir antes. Na quinta-feira, um comunicado da Casa Branca afirmou que Trump “tomaria a decisão de se envolver ou não nas próximas duas semanas” porque havia uma “chance substancial de negociações” com o Irã.

“Estou dando a eles um prazo. Vamos ver qual é esse prazo. Mas estou dando a eles um prazo, e eu diria que duas semanas seria o máximo”, disse, acrescentando que o objetivo era “ver se as pessoas recobrariam o juízo”.

Qualquer envolvimento dos EUA na campanha de Israel envolveria o bombardeio de uma instalação subterrânea de enriquecimento de urânio em Fordow, usando poderosas bombas destruidoras de bunkers que nenhum outro país possui.

Reunião em Genebra

O ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, se reuniu com os ministros na manhã dessa sexta-feira, em Genebra, Suíça. Os detalhes das conversas ainda não são conhecidos. Mas o presidente francês, Emmanuel Macron, adiantou que seria apresentada “uma oferta de negociação completa, diplomática e técnica” ao Irã, que incluísse a questão do programa nuclear, para acabar com o conflito crescente. Ainda segundo ele, esta solução pacífica seria “colocada sobre a mesa”, mas o Irã precisaria “mostrar sua disposição de aderir à plataforma”. O chanceler iraniano, por sua vez, declarou estar aberto ao diálogo com os europeus.

“É essencial priorizar o retorno a negociações substantivas [com o Irã] que incluam questões nucleares, para chegar a zero enriquecimento [de urânio], balística, para limitar as capacidades iranianas, e o financiamento de todos os grupos terroristas que desestabilizam a região”, declarou em entrevista coletiva a repórteres no Salão Aeronáutico de Paris, na manhã da sexta-feira.

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