Ícone do site Jornal O Sul

“Tudo o que você faz corre o risco de dar certo ou errado”, diz Bolsonaro sobre seu filho Eduardo, caso confirmado como embaixador do Brasil nos Estados Unidos

"Eles são unidos. Eles têm uma ideologia", declarou o presidente da República sobre os governadores do Nordeste. (Foto: Divulgação)

O presidente Jair Bolsonaro reconheceu nesta terça-feira (16) que a indicação de um dos seus filhos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), para o cargo de embaixador do Brasil nos Estados Unidos corre o risco de não ser chancelada pelo Poder Legislativo.

Na saída de uma reunião ministerial no Palácio da Alvorada, ele ressaltou, no entanto, que a formalização da indicação já está definida e que, agora, depende apenas de trâmites diplomáticos e tratativas com o Poder Legislativo.

“É logico que corre o risco. Tudo que você faz corre o risco de dar certo ou dar errado. Nós estamos tentando acertar”, disse. “Se a decisão for essa, o Senado vai sabatiná-lo e vai decidir. E ponto final. Se não for aprovado, ele fica na Câmara.”

Em entrevista à imprensa, Bolsonaro disse que falou rapidamente sobre o assunto, na segunda-feira (15), com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), a quem chamou de “amigo” e “colega de pelada”.

Segundo ele, ainda não é possível dizer se a aceitação a Eduardo foi positiva ou negativa na Casa, uma vez que Davi não tratou do assunto com os demais senadores. Na segunda-feira, no entanto, a presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), a senadora Simone Tebet (MDB-MS), disse que a indicação foi o “maior erro” do presidente.

“Da minha parte, está definida [a formalização]. Conversei com ele [Eduardo] novamente. Há interesse. Acho que se tiverem argumentos contrários, que não sejam chulos, eu estou pronto, porque não é nepotismo”, disse Bolosnaro.

O presidente voltou a dizer que seu filho é qualificado para o posto diplomático e que ele não pode ser criticado por ter fritado hambúrguer nos Estados Unidos, argumentado utilizado pelo próprio deputado federal ao comentar a indicação.

“Sabe por que ele foi fritar hambúrguer lá? Porque eu, como deputado, não tinha como bancá-lo seis meses sem ele trabalhar. Foi aprender o inglês”, disse. “Eu frito hambúrguer acho que melhor que ele. Talvez por isso eu seja presidente”, acrescentou.

Para Bolsonaro, Eduardo perderá muito mais indo aos Estados Unidos do que ficando no Brasil, uma vez que terá de deixar o mandato parlamentar. Segundo o presidente, a intenção em indicá-lo é para justamente aproximar o governo brasileiro da gestão de Donald Trump.

“É diferente o tratamento quando você dá um filho para representar você em outra nação. Alguns falam que é para se dar bem. Se eu fosse um mau-caráter, estaria indicando ele para um ministério desses com bilhões no orçamento”, completou.

Sair da versão mobile