Oministro da Fazenda, Joaquim Levy, está preocupado com o risco de contágio da crise política no quadro econômico brasileiro. Em conversa com interlocutores diretos em Brasília, ele avaliou que as “turbulências políticas podem ser passageiras, mas uma contaminação na economia poderia gerar efeitos prolongados”.
Após reunião na sexta-feira com o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, Levy declarou à imprensa a necessidade de trabalhar com calma mas também com firmeza, para que o atual cenário político negativo não tenha impacto na situação econômica. Aos secretários do seu ministério, ele tem defendido “serenidade” para a blindagem das agendas do ajuste fiscal, ainda em negociação com o Congresso, e do crescimento, embutida na formulação do orçamento de 2016.
Membros de sua equipe econômica indicam que Levy tem levado muito a sério a agenda fechada com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), na terça-feira. Ambos discutiram ações em áreas como infraestrutura, políticas sociais e crescimento. “Tenho feito críticas, é preciso ir além do ajuste fiscal e ter uma agenda que mobilize o interesse nacional”, declarou Calheiros após o encontro.
As tratativas com o Senado fazem parte dos planos de Levy para intensificar o diálogo com o Congresso e fechar com antecedência os principais tópicos e fundamentos do orçamento da União para 2016, sinalizando os rumos da política econômica para o ano que vem. (AE)