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Ucrânia, Estados Unidos e Europa discutem plano americano de paz com a Rússia

O plano de 28 pontos negociado entre Rússia e Estados Unidos, sem ouvir os ucranianos, atende a algumas das principais reivindicações de Vladimir Putin. (Foto: Divulgação)

Delegações da Ucrânia, Estados Unidos e Europa vão se reunir neste domingo (23) na Suíça para discutir a proposta americana de um acordo de paz com a Rússia.

O presidente Volodymyr Zelensky aprovou a composição de uma delegação, que será liderada pelo chefe do gabinete dele e inclui altos funcionários de segurança. Esse grupo vai discutir diretrizes para as negociações. Em um comunicado, o governo do país declarou que a Ucrânia nunca será um obstáculo à paz, e que os seus representantes vão defender os interesses legítimos do povo ucraniano e os fundamentos da segurança europeia.

Do lado americano, as autoridades informaram aos aliados da Otan que esperam pressionar Zelensky a concordar, nos próximos dias, com um acordo de paz. Segundo eles, se Kiev não assinar o documento, enfrentará uma proposta muito pior no futuro. O secretário do Exército dos Estados Unidos afirmou que nenhum acordo é perfeito, mas deve ser feito o mais rapidamente possível.

O texto americano tem 28 pontos e foi negociado com a Rússia, sem ouvir os ucranianos e os europeus. O acordo atende a algumas das principais reivindicações de Vladimir Putin, como vetar a entrada da Ucrânia na Otan e a anexação de territórios ucranianos.

Os americanos ameaçaram cortar o compartilhamento de informações de inteligência e o fornecimento de armas caso a Ucrânia não aceite a proposta. Já o plano europeu exigiria um cessar-fogo imediato, com base nas atuais linhas de batalha, sem perda de mais territórios — diferentemente do que quer a Rússia. A proposta incluiria ainda a criação de um Conselho de Paz presidido por Donald Trump, em uma tentativa de manter os Estados Unidos engajados na resolução do conflito.

Na Casa Branca, Trump disse que a proposta dele não é final, e que de um jeito ou de outro, a guerra precisa acabar. Os aliados europeus alertam que discutir o plano de forma apressada pode comprometer a segurança do continente.

Neste sábado (22), à margem do encontro do G20, em Joanesburgo, assinaram uma declaração conjunta na qual afirmam que o plano de paz norte-americano requer um trabalho adicional e mostraram preocupação com as limitações propostas às Forças Armadas ucranianas, que deixariam o país vulnerável a futuros ataques.

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