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Ucrânia quer evitar vazamentos de informações militares depois que os planos secretos da Otan apareceram nas redes sociais

Imagem mostra uma escola em Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, destruída após um forte bombardeio. (Foto: Kristina Pashkina/Unicef)

Os líderes da Ucrânia discutiram maneiras de evitar vazamentos de informações militares nesta sexta-feira (7), depois que apareceram nas redes sociais documentos secretos detalhando os esforços dos Estados Unidos e da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) para ajudar o país a planejar uma contraofensiva à invasão da Rússia.

O jornal The New York Times havia informado na quinta-feira (6), citando funcionários do governo dos EUA, que documentos sigilosos de guerra foram publicados esta semana no Twitter e no Telegram, que é amplamente usado na Rússia.

Uma autoridade ucraniana disse à agência de notícias Reuters que os documentos continham uma “grande quantidade de informações fictícias” e que o vazamento parecia uma operação de desinformação russa para semear dúvidas sobre a ofensiva, que requer armas ocidentais avançadas.

“Este é o padrão de jogos operacionais da inteligência russa. E nada mais”, disse o conselheiro presidencial da Ucrânia Mykhailo Podolyak, em um comunicado por escrito. O Kremlin não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

O anúncio feito pelo gabinete presidencial nesta sexta-feira na sede ucraniana do comando supremo das forças armadas, com a presença do presidente Volodymyr Zelenskiy, não fez nenhuma menção ao vazamento.

“Os participantes da reunião se concentraram em medidas para evitar o vazamento de informações sobre os planos das forças de defesa da Ucrânia”, afirmou.

Documentos alterados

A Rússia ou elementos pró-Rússia provavelmente estão por trás do vazamento dos vários documentos militares secretos dos Estados Unidos publicados nas redes sociais, disseram três autoridades norte-americanas à Reuters nesta sexta-feira.

Os documentos parecem ter sido alterados para baixar o número de mortes sofridas pelas forças russas, disseram autoridades dos EUA, acrescentando que suas avaliações eram informais e separadas de uma investigação sobre o vazamento.

As autoridades dos EUA falaram sob condição de anonimato por causa da sensibilidade do assunto e se recusaram a discutir os documentos em detalhes.

O Pentágono se recusou a comentar sobre a autenticidade dos documentos circulando em serviços como Twitter e Telegram, que são datados de 1º de março e trazem marcas mostrando que foram classificados como “Secretos” e “Ultrassecretos”.

“Estamos cientes dos relatos de publicações nas redes sociais, e o Departamento (da Defesa) está revisando o assunto”, disse a porta-voz do Pentágono, Sabrina Singh. As informações são da agência de notícias Reuters.

 

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