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Ufrgs entrega a Fortunati pesquisa sobre população de rua

Dos 2115 adultos encontrados vivendo nas ruas, 1758 aceitaram responder. (Foto: Ricardo Giusti/PMPA)

O prefeito José Fortunati recebeu nesta quinta-feira (15), o relatório da pesquisa Cadastro e Estudo de Mundo da População em Situação de Rua de Porto Alegre – 2016. O estudo, contratado pela Fasc (Fundação de Assistência Social e Cidadania), teve como objetivo identificar quem são essas pessoas, suas condições de vida e hábitos, situação de saúde e violência, mapear os locais que utilizam e analisar de que forma a rede de assistência e proteção tem conseguido atendê-las. Os dados devem ser utilizados no planejamento e desenvolvimento de políticas públicas específicas para estes moradores.

O estudo foi apresentado pelos professores Ivaldo Gehlen e Patrice Schuch, que coordenaram o trabalho. Dos 2.115 adultos encontrados pelos pesquisadores vivendo nas ruas da Capital, 1.758 aceitaram responder aos questionários. “Essa grande participação nos garante um diagnóstico mais preciso sobre quem são, o que pensam, como vivem essas pessoas e se o atendimento a elas tem sido eficaz. Observamos um aumento, nos últimos anos, na procura pela rede de serviços da assistência social como o restaurante popular, o Centro POP e os centros de referência, além dos postos de saúde. Agora a prefeitura vai utilizar esses dados para analisar quais os desafios e o que precisa melhorar”, afirmou Fortunati.

Os coordenadores da pesquisa explicaram que as visitas foram feitas nos pontos de concentração da população de rua, em dias diferentes e nos três turnos, para garantir o maior universo possível de entrevistados. “Criamos uma rotina que tornasse possível conversar com todos. Isso dá mais confiabilidade à pesquisa”, disse o professor Ivaldo. Outro fator importante foi a parceria com os movimentos sociais. “A população de rua tem seus movimentos representantes bem organizados e que têm consciência da importância de que esses dados sejam coletados e sejam conhecidos para que as políticas públicas atendam seus anseios”, explicou Patrice ao citar o jornal Boca de Rua e o Movimento Nacional da População de Rua.

O presidente da Fasc, Marcelo Soares, ressaltou que está prevista para a primeira quinzena de março a entrega do relatório final, contendo o resultado dos estudos qualitativos da criança e do adolescente, dos trabalhadores e das instituições/serviços de atendimento à população em situação de rua. Também participaram da apresentação e da coletiva à imprensa sobre o estudo, a diretora técnica da fundação, Marta Borba, e a coordenadora da comissão de pesquisa pela fundação, Simone Ritta dos Santos.

A pesquisa

Com foco na população adulta e de crianças e adolescentes no período de setembro a outubro de 2016, o estudo objetivou recensear, mapeando os locais de utilização, conhecer as especificidades da formação antropológica dessa população, identificar seus dados étnicos, socioeconômicos e culturais, suas estratégicas de sobrevivência, de trabalho e geração de renda, suas formas de sociabilidade, suas identidades e representações sociais, suas relações com instituições e suas principais demandas.

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