O líder do Republicanos na Câmara dos Deputados, Gilberto Abramo (MG), apresentou representação contra Marcos Pollon (PL-MS) pedindo abertura de processo disciplinar no Conselho de Ética. Ultimo a recuar no motim que impediu o trabalho da Câmara nessa semana, ele chamou o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB) de “bosta” e de “baixinho de um metro e 60″.
Abramo diz que Pollon cometeu abuso das prerrogativas, irregularidade grave no desempenho do mandato, desacato a membro da Mesa Diretora e descumprimento intencional dos devereis de deputado. Abramo também pede abertura de processo disciplinar no Conselho de Ética da Câmara para apurar responsabilidades.
A declaração foi dada em discurso inflamado durante manifestação em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Mato Grosso do Sul, Estado do parlamentar.
Nesse mesmo pronunciamento, Pollon manifestou não temer que pudesse estar encerrando a própria carreira política. “Eu não vou recuar, e o cargo que se lasque. Vim aqui para denunciar aqueles que entregaram o PL para a porcaria do PSDB. Canalhas”, disse. “‘Pollon, você acabou de entregar sua cadeira política’ – foda-se, eu não vou entregar o meu País”, concluiu.
“A anistia está na conta da p… do Hugo Motta. Nós queremos colocar o povo para enfrentar o Alexandre de Moraes, mas nós não podemos peitar o bosta do Hugo Motta, um baixinho de 1,60m″, disse Pollon. Hugo Motta tem 1,80m.
O vídeo foi postado no próprio perfil do deputado nas redes sociais. Procurado, Pollon respondeu com uma mensagem supostamente enviada por uma das presas acusadas de participar dos atos golpistas do 8 de Janeiro. Na mensagem, essa pessoa não identificada pede para que Pollon “não retroceda” e “não pare de lutar”.
Em nota enviada ao jornal O Estado de S. Paulo, ele afirma ter mantido “em todo o tempo um mandato respeitoso e colaborativo com todos, seguindo estritamente o decoro na esperança que meus pares teriam o mínimo de humanidade ao olhar para a realidade destas pessoas. Infelizmente no Brasil palavras de baixo calão escandalizam mais que a tortura e o assassinato de inocentes”, disse.
Motim
Nessa semana, bolsonaristas ocuparam a Mesa Diretora da Câmara e do Senado Federal de modo a impedir o trabalho no plenário. Na Câmara, o motim só foi encerrado na noite da quarta-feira, após árdua negociação. Pollon foi o último deputado da oposição a ceder a cadeira para Motta.
Pollon foi um dos alvos de representação feita pelo PT e PSOL, que pede o afastamento cautelar dele e abertura de representação no Conselho de Ética da Câmara. O pedido diz que Pollon, ao sentar na principal cadeira da Mesa Diretora, “representou interferência direta na autoridade da presidência da Casa e no funcionamento legítimo dos trabalhos parlamentares”.
“Tal sanção cautelar funciona como elemento de proteção institucional da Mesa, do Parlamento e da democracia no sentido de responsabilizar quem invade o espaço físico e simbólico destinado a cargos de representação, bem como demonstrar que atitudes de tal jaez não serão toleradas e devem ser punidas com firmeza”, diz a representação.
Nesta sexta (8), Marcos Pollon publicou um vídeo em que afirmou que é autista e que por isso não entendeu o que acontecia na hora do motim, sendo este o motivo pelo qual não desocupou a Mesa Diretora. Com informações de O Estado de S. Paulo
